‘Succession’ abraça a política
Crítica
Crítica
Para quem achava que a terceira temporada de "Succession" estava pecando pelas cenas em ambientes fechados " salas de reunião e quartos de hotel ", o sexto episódio foi uma grata surpresa. Os Roy viajaram para a Virgínia, onde participaram de uma cúpula comandada pelo grande doador do Partido Republicano, Ron Petkus (Stephen Root). É lá que grande parte da trama se desenrola. O título do episódio, "What it takes" (o preço a pagar, em tradução livre), é alusivo ao livro do jornalista Richard Ben Cramer sobre a corrida presidencial de 1988 e como os candidatos trabalharam suas imagens junto à mídia. Tem spoiler.
O Future Freedom Summit é um encontro da elite política conservadora. Congrega também "observadores corporativos" (Shiv/Sarah Snook se apresentou assim). Eles vão escolher um candidato à Casa Branca para apoiar. No salão, só havia homens brancos engravatados. Em algum momento, alguém resume: "Aqui é um espaço seguro onde você não precisa dizer que ama ‘Hamilton’ (o musical)".
O vocabulário soou familiar. Os personagens falaram em "narrativa" e em "politização" da briga de Logan (Brian Cox) com Kendall (Jeremy Strong). Um momento em especial chamou a atenção. Foi quando Shiv atacou o candidato favorito de Logan com o seguinte argumento: "(Com ele, os EUA correm o risco de se tornarem) uma república russa berlusconizada e brasileira". O Brasil, como se sabe, já foi citado com mais honras em séries estrangeiras. Vale conferir.