Befly adquire queensberry, de turismo de luxo
Depois de comprar a empresa de turismo corporativo Flytour no ano passado, o empresário mineiro ...
Depois de comprar a empresa de turismo corporativo Flytour no ano passado, o empresário mineiro Marcelo Cohen agora aposta no mercado de luxo, um dos mais resistentes à crise na pandemia. Com recursos próprios, ele acaba de adquirir a Queensberry, que tem um dos tíquetes médios mais altos no Brasil, em torno de R$ 85 mil. Em agências classes A e B, por exemplo, a média é de R$ 15 mil.
A Queensberry passará a fazer parte da BeFly, holding nascida da união de Belvitur e Flytour, além de outras empresas. A compra é estratégica para o plano de expansão de Cohen, que almeja ter um conglomerado de turismo, abrangendo vários nichos, do lazer ao corporativo, passando pelo luxo.
Em sua avaliação, a nova empresa fortalece o grupo não somente pela diversificação, mas por dar musculatura para melhores negociações, já que tem mais peso no mercado.
Novos negócios
Cohen conta que também está de olho no segmento estudantil, principalmente de cursos no exterior, e nas vendas diretas de turismo on-line para o público. A estratégia pode tanto ser comprar a empresa toda, caso das últimas duas aquisições, quanto começar do zero.
" Estamos prospectando negócios com outras 12 start-ups para colocar em nosso sistema. Pode ser de aéreo, terrestre, hotel, sempre na área de turismo " diz Cohen.
O valor da compra da Queensberry não foi divulgado, mas a operação inclui dívidas e metas que, se alcançadas em cinco anos, podem chegar a R$ 100 milhões. Em 2020, a empresa entrou em recuperação judicial, aprovada por credores no ano passado. A reestruturação é estimada em R$ 50 milhões.
‘Uma boa jogada’
Para o coordenador do MBA de Gestão de Varejo da FGV, Ulysses Reis, a BeFly está criando um novo modelo de negócios de viagem. Este permite maior previsibilidade e assertividade nas vendas e negociações com clientes e parceiros, reduzindo erros e atrasos.
Segundo Reis, o pilar da estratégia é a informação:
" Quando adquirem a Queensberry, compram a informação dos prestadores e o conhecimento do mercado e dos clientes. É uma boa jogada.
Em 2021, a BeFly faturou R$ 4 bilhões. A expectativa para este ano está entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.
A Queensberry surgiu em Londres, em 1971, e chegou ao Brasil na década seguinte. Seu fundador, Martin Jensen, continuará à frente dos negócios.