Viernes, 26 de Abril de 2024

Reviver Centro: prédio da Mesbla terá residências, numa volta ao projeto original

BrasilO Globo, Brasil 17 de enero de 2022

Agência O Globo -
Um dos mais conhecidos imóveis art déco da cidade, o prédio que foi sede da antiga loja de departamentos Mesbla, no Passeio Público, vai experimentar uma espécie de volta ao passado

Agência O Globo -
Um dos mais conhecidos imóveis art déco da cidade, o prédio que foi sede da antiga loja de departamentos Mesbla, no Passeio Público, vai experimentar uma espécie de volta ao passado. Parte do imóvel será convertida em residências, numa aposta do mercado imobiliário no Reviver Centro, lei municipal que incentiva a construção de moradias e prevê benefícios tributários e urbanísticos para quem erguer ou reformar imóveis na região. Em fase de licenciamento, o retrofit do prédio, notícia antecipada pelo colunista Ancelmo Gois, no GLOBO, é visto como uma espécie de "âncora" do processo de transformação da área em uma região com perfil mais residencial.
Projetado em 1934 pelos arquitetos franceses Paul Pierre Sajous e Auguste Redun (autores, entre outros, do projeto do prédio Tabor Loreto, no Flamengo, e do Palácio do Comércio, no Centro), um dos blocos da Mesbla foi originalmente residencial, o que pode ser observado inclusive na fachada, dotada de varandas. Esse edifício agora será adaptado para ganhar 122 apartamentos entre 40 e 50 metros quadrados. Hoje, o endereço tem apenas 20% das salas ocupadas, e os inquilinos serão remanejados para o outro bloco. A fachada não será alterada, porque o imóvel é tombado.
— Esse retrofit é significativo para o Reviver Centro por ser um prédio simbólico para a região. Até então, a demanda inicial foi para licenciar imóveis em terrenos livres ou conversões parciais de prédios comerciais. Agora, começaram os pedidos de retrofits de prédios inteiros — diz o secretário municipal de Planejamento Urbano, Washington Fajardo.
Desde que a lei do Reviver Centro foi sancionada, em julho, seis licenças foram concedidas e outras sete estão em processo de liberação. Juntas, elas somam 1.559 unidades para moradia. Esse número supera a quantidade de todas as unidades residenciais licenciadas no Centro (1.472) nos dez anos anteriores à nova legislação. Desses sete pedidos ainda em análise, quatro são para revitalizar prédios inteiros.
— É um resultado muito expressivo, ainda mais se considerarmos as conjunturas econômica e política. Quanto tempo o Porto levou para ter o seu primeiro residencial? — questiona Fajardo. — Tenho recebido muita gente para apresentar estudos sobre empreendimentos no Centro. A minha expectativa é de que se consiga, em 2022, pelo menos duplicar o que se tem hoje em unidades licenciadas e em licenciamento.
Para tornar essa área do Centro ainda mais atrativa, a prefeitura vai anunciar ainda este ano a volta do Pro-Apac (Programa de Apoio à Conservação às Áreas de Proteção ao Ambiente Cultural): está sendo preparado um edital, prevendo investimentos públicos na recuperação de edificações privadas preservadas por lei, com a condição de que se tornem habitações.
— O Pro-Apac é muito importante para ajudar proprietários de imóveis históricos. O programa vai ter um desenho condicionado à função residencial, que, no passado, ele não tinha, para fomentar esse uso. A prefeitura coloca uma parte do recurso, e o dono, outra — explica Fajardo, que ainda não estima quanto em dinheiro o município vai liberar.
Na 2ª Região Administrativa (que corresponde à área do Reviver), há sete áreas de proteção, onde ficam 2.667 imóveis preservados, que poderão se habilitar ao Pro-Apac. Eles ficam no Corredor Cultural, na Cruz Vermelha, perto dos Arcos da Lapa e do Beco da Cancela, e no entorno do Mosteiro de São Bento, do Ministério da Economia e da Rua da Candelária 2. É o caso, por exemplo, do casario entre os números 140 e 256 da Avenida Gomes Freire. Nesse trecho, na esquina da Rua do Senado, só resta a fachada de uma edificação.
Além do edifício Mesbla, a prefeitura recebeu outro pedido para converter exclusivamente em residencial um prédio comercial na Rua da Candelária. O prédio, que hoje está vazio, será rebatizado de Vista Olímpica, por ser próximo à Orla Conde. Os dois projetos são da construtora São Carlos, que prevê concluir as obras em 18 meses a partir da emissão das licenças. O preço das unidades ainda não foi divulgado.
— No caso do edifício Mesbla, ele será um marco na revitalização do Centro. A vista que o futuro morador terá do Aterro do Flamengo será espetacular. Sem contar a infraestrutura à disposição no entorno — diz o CEO da São Carlos, Felipe Goes, citando a proximidade do prédio com o Passeio Público, a Cinelândia, o metrô e o VLT.
Para o comerciário Bento Santos e Silva, que trabalha no Centro, a recuperação e a ocupação de casarões históricos por famílias podem levar mais segurança ao lugar:
— Como muitos bares, restaurantes e lojas fecharam com a pandemia, dá medo sair do trabalho à noite para pegar um ônibus. As ruas ficam desertas.
Na lista do Reviver Centro, estão dois casarões na Rua do Acre, que vão virar o AKKO, da Construtora Engeziler, com 18 andares, sendo 17 residenciais com 119 unidades, do tipo estúdio e conjugados. Outros dois pedidos se referem a conversões de imóveis comerciais. Um deles se refere ao projeto de um imóvel misto com 240 apartamentos e duas unidades comerciais na Rua Marquês de Pombal. Na Rua Visconde de Inhaúma os técnicos analisam um projeto que prevê 216 unidades residenciais no prédio onde hoje funciona um hotel.
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