Cidade utópica do francês alex allard no coração de sp começa a sair do papel
Visionário, louco, sonhador. O francês Alexandre Allard, responsável pelo superlativo complexo ...
Visionário, louco, sonhador. O francês Alexandre Allard, responsável pelo superlativo complexo Cidade Matarazzo, em São Paulo, é um pouco tudo isso.
Milionário aos 30 e poucos anos " condição conquistada em 1999, ao abrir capital de sua empresa de marketing digital na Bolsa de Paris " Allard passou a se dedicar a projetos de renovação de prédios históricos, como o luxuoso hotel Royal Monceau, em Paris. Agora, após uma saga de quase 15 anos, seu mais ambicioso projeto está finalmente saindo do papel.
Localizado em uma área de quase 30 mil metros quadrados a uma quadra da Avenida Paulista, o Cidade Matarazzo concentra dez edifícios tombados que, até 1993, abrigavam um hospital e uma maternidade. Nesta cidade " que Allard descreve como "hub verde para inspirar o desenvolvimento sustentável" " está nascendo um complexo hoteleiro, gastronômico, comercial, cultural e de empreendedorismo pautado pela agenda ambiental, com atrações para todos os bolsos, da elite ao grande público.
A primeira etapa, inaugurada em janeiro, atende o primeiro grupo: o hotel seis estrelas Rosewood, que nasce como o mais caro da cidade, com diárias de até R$ 7,3 mil. O Rosewood ocupa a antiga maternidade e tem decoração de Philippe Starck.
" Não tem mármore italiano. As pedras, a matéria prima e a mão de obra são locais. Estamos fazendo do Brasil um produto de luxo, com um flair francês " diz Allard.
Em breve, o hotel vai ganhar mais 200 quartos com a inauguração da Torre Mata Atlântica, prédio de 32 andares assinado por Jean Nouvel. Misto de hotel e residencial com serviço, a Torre já foi praticamente todo vendida, a R$ 67 mil o metro quadrado. A Torre e o hotel já garantiram a Allard a recuperação de um terço dos R$ 3 bilhões investidos no projeto, dos quais R$ 117 milhões só para a aquisição do terreno.
Em março será inaugurado o próximo equipamento do Cidade Matarazzo, o prédio Ayahuasca, que será dedicado a "pensar soluções para a transformação verde e a preservação da Amazônia".
O prédio de escritórios tem um espaço de eventos de 7 mil metros quadrados no subsolo e estúdios para produção de conteúdo. A estrutura será financiada por um programa de membership com grandes empresas que, segundo Allard, estejam realmente interessadas em avançar na pauta ambiental "sem greenwashing" " o marketing "verde" vazio.