Hurb já está pagando hotéis. ceo culpa bancos

O CEO do Hurb (antigo Hotel Urbano), João Ricardo Mendes, reconheceu os atrasos no pagamento de hotéis e na emissão de passagens de clientes " como mostrou na semana passada a coluna Capital " e diz que os problemas em seu fluxo de caixa foram provocados por um "bloqueio indevido" de recebíveis pelos bancos nos quais tem conta.
À coluna Capital, Mendes afirmou que a empresa tem R$ 140 milhões de pagamentos vencidos nos últimos 45 dias e a vencer pelos próximos 15 dias, mas não teria conseguido pagar por causa do bloqueio. Ele disse que está em negociação com os bancos para liberar os recursos e que a empresa tem R$ 860 milhões de contas a receber pela venda de pacotes a prazo.
Em comunicado a clientes, fornecedores e acionistas, o CEO reconhece a demora para resolver o problema de fluxo de caixa.
"Errei, demorei a agir sobre o problema e, agora, só irei parar quando resolvê-lo integralmente, ou seja, até que o nosso último cliente viaje, e isso será resolvido o mais rápido possível", afirma ele na nota.
Mendes explica que os recursos na conta bancária do Hurb ficaram bloqueados para fins de antecipação de recebíveis, "uma vez que parcelamos em 12 vezes no cartão e até 24 vezes no boleto. Ou seja, o dinheiro do Hurb está literalmente travado em uma conta bancária." No comunicado, ele não cita nominalmente o Itaú, embora este seja o principal banco com o qual a empresa tem relacionamento.
O CEO assegura que a empresa não tem qualquer endividamento, mas diz que "praticamente todos os recebíveis" estavam concentrados em um banco.
conta de R$ 40 milhões
O empresário diz que iniciou a liberação do pagamento de hotéis e a emissão de passagens no fim da terça-feira. A conta dos hotéis é de cerca de R$ 40 milhões. O restante diz respeito principalmente à emissão de passagens aéreas.
Segundo o empresário, 69,7% dos pacotes promocionais vendidos são para viagens que precisam ser realizadas até o fim de novembro. Só 2% das passagens a emitir estariam atrasados ou fora do prazo estabelecido em contrato.
O Hurb opera com pacotes flexíveis, nos quais a viagem não tem data definida. O cliente aponta sua preferência, mas, por contrato, a empresa não é obrigada a emitir os bilhetes nessas datas. Segundo Mendes, muitos não entendem a regra e recorrem à Justiça. Mas ele diz que o Hurb tem vencido "60% dos processos."
Este texto foi originalmente publicado na coluna de negócios Capital, no site do GLOBO: blogs.oglobo.globo.com/capital