Jueves, 13 de Febrero de 2025

Um banqueiro global que nunca deixou de lado as raízes judaicas

BrasilO Globo, Brasil 19 de agosto de 2023

De Beirute a Mônaco, a vida de Edmond Safra daria um romance. Mas o que temos em mãos é uma ...

De Beirute a Mônaco, a vida de Edmond Safra daria um romance. Mas o que temos em mãos é uma biografia. "A jornada de um banqueiro: como Edmond J. Safra construiu um império financeiro global" (editora Best Business), do jornalista americano Daniel Gross, conta como o menino que acompanhava o pai nas visitas aos clientes " comerciantes aos quais Jacob Safra fornecia crédito " tornou-se um dos banqueiros mais respeitados do mundo, com operações em cinco continentes.
Nascido em Beirute, depois que seus pais deixaram Alepo, Edmond Safra foi a Milão expandir os negócios da família com apenas 15 anos. Lá, seguiu a estratégia do pai de criar laços com a comunidade sefardita local, o que também fez em São Paulo, Genebra e Nova York.
O livro joga luz sobre a forma como Edmond mantinha sua identidade judaica ao mesmo tempo em que era um cosmopolita, que falava várias línguas e apreciava ternos bem cortados e obras de arte. A arte, aliás, era uma das paixões em comum com Lily Monteverde, com quem se casou aos 44 anos. Segundo Gross, os dois se viam em pé de igualdade, em termos de cultura, riqueza, independência e força.
Como banqueiro, sua maior preocupação era com os clientes, que, ao depositarem suas economias na instituição, depositavam também sua confiança nele. Para Gross, a crise financeira global de 2008 e os recentes colapsos de bancos na Suíça e nos EUA mostraram que "precisamos de mais banqueiros que negociem como Edmond Safra":
" Imagine um mundo onde cada banqueiro agisse como se sua principal responsabilidade fosse para com o depositante. O sistema seria muito mais seguro " disse Gross ao GLOBO.
"Meus bancos são meus filhos", afirmava Edmond.
Há ainda curiosidades como o significado de Safra em árabe: amarelo ou dourado " a família começou negociando ouro.
Outra faceta ressaltada por Gross é a filantropia. Edmond fazia doações para a construção de sinagogas e yeshivás (instituições para ensino religioso) pelo mundo. E não se furtava a conseguir empregos para amigos ou filhos de amigos, nem a doar dinheiro para quem pedisse " como um amigo libanês que, tendo emigrado para Israel, precisava de ajuda para pagar o casamento da filha.
A história de Edmond Safra se entrelaça com a do século XX. Ele não chegou a ver o século XXI, pois morreu em 1999, em um incêndio provocado pelo enfermeiro que o ajudava.
Como ele lidaria com a constante conexão de hoje, de WhatsApp, redes sociais e Zoom? Para Gross, ele adotaria todas as tecnologias:
" Seus escritórios, espalhados pelo mundo, eram altamente conectados. E ele adorava estar em contato direto com centenas de empregados e colegas. Então ele certamente usaria o Zoom.
Por ter sido encomenda da Fundação Edmond J. Safra, Gross teve acesso a documentos preciosos e à própria Lily Safra, que conversou com ele (ela faleceu em 2022).
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