Maxmilhas se torna alvo de reclamações de consumidores
Depois que a MaxMilhas pediu recuperação judicial, na quinta-feira passada, multiplicam-se nas ...
Depois que a MaxMilhas pediu recuperação judicial, na quinta-feira passada, multiplicam-se nas redes sociais as queixas de consumidores sobre seus serviços. A empresa faz parte do mesmo grupo da 123milhas, que teve seu pedido de proteção contra credores suspenso pela Justiça.
Um usuário da rede social X (antigo Twitter) relatou que teve a reserva cancelada ao chegar num hotel em Orlando, na Flórida (EUA): "Alô, pessoal! Não comprem nada no #maxmilhas @maxmilhas ! Estou no hotel em Orlando, minha reserva está cancelada e não tem mais quartos disponíveis! Fujam dessa roubada!", escreveu.
Uma consumidora diz ter vendido suas milhas pela empresa, que agora se nega a pagar. Outro cliente reclama que a namorada esperava um reembolso que deveria ter sido pago um dia antes. "Eles nem respondem, um total descaso com os consumidores", protestou.
Na plataforma do governo federal Consumidor.gov, que reúne queixas de consumidores, há mais de 1.790 reclamações referentes à MaxMilhas este ano. Os assuntos mais citados são transporte aéreo (47,63%), pacotes (28,75%) e hospedagem (5,46%).
Entre os problemas mais mencionados na plataforma estão "dificuldade ou atraso na devolução de valores pagos" (22,45%), "cobrança indevida" (10%), "dificuldade para alterar ou cancelar o contrato/serviço" (10%) e "oferta não cumprida" (9%). O índice médio de solução para as queixas é de 79%.
No início do ano, MaxMilhas e 123milhas anunciaram uma fusão. Em agosto, a 123milhas suspendeu a linha Promo, que vendia pacotes para determinado destino sem data definida de embarque. As duas empresas têm sócios em comum, mas funcionam de maneira independente.
Vendas despencam
A MaxMilhas afirma que não foi incluída no pedido de recuperação apresentado em agosto porque, na ocasião, não estava com graves problemas financeiros. Ela alega que a crise da 123milhas acabou por impactar sua credibilidade.
De acordo com o pedido da MaxMilhas, seu faturamento caiu, em 30 dias, 70% na venda de passagens e 90% na de hospedagens. Sua dívida reconhecida é de R$ 226 milhões. A companhia agora quer ser incluída no processo de recuperação da 123milhas. O pedido ainda será analisado pela juíza titular da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
A MaxMilhas diz que sua operação consiste na intermediação da venda de milhas de terceiros e na emissão de passagens. A 123milhas é uma de suas clientes.
O processo de recuperação judicial da 123milhas está suspenso após contestações pedindo que a petição apresentada pela empresa seja periciada por falta de documentos e informações.