Martes, 06 de Mayo de 2025

Fundador da qualicorp compra amil do uhg por r$ 11 bilhões

BrasilO Globo, Brasil 23 de diciembre de 2023

O Conselho de Administração da americana UnitedHealth Group aprovou ontem a venda da operadora de ...

O Conselho de Administração da americana UnitedHealth Group aprovou ontem a venda da operadora de saúde brasileira Amil para o empresário José Seripieri Filho, conhecido como Júnior e que foi o fundador da Qualicorp. Ele vai pagar o equivalente a R$ 11 bilhões pelo negócio, cifra que compreende um valor de R$ 2 bilhões pelo controle acionário da Amil e o equivalente a R$ 9 bilhões em passivos, segundo fonte a par da operação.
Com a transação, Júnior será, sozinho, dono de toda a Amil. Segundo interlocutores, para fechar o negócio, foi determinante a disposição do empresário para assumir a empresa em "porteira fechada", absorvendo passivos passados e futuros associados à operadora.
" Os americanos não serão responsáveis por nada do que acontecer de hoje em diante com a Amil. O contrato era realmente leonino. Isso pesou mais do que dinheiro " disse uma fonte que atuou na operação.
Júnior foi assessorado pela BR Partners, pelo Spinelli Advogados e pelo Bichara Advogados. Ele está convencido de que é possível reestruturar a operadora de saúde, segundo uma fonte. E venceu a disputa travada com a casa de investimentos Bain Capital e o empresário Nelson Tanure pela Amil.
A transação marca a volta por cima de um empresário que chegou a ficar alguns dias preso em 2020, quando foi alvo da Operação Lava-Jato, e fechou delação premiada. Amigo de Lula, ele voltou ao noticiário pouco antes da posse, ao dar uma carona em seu avião Gulfstream G600 ao presidente eleito em viagem ao Egito.
Para pagar pela operação, Júnior obteve financiamento junto aos bancos BR Partners, Santander, BTG Pactual e Bradesco.
Não se sabe o quanto Júnior irá se envolver na rotina do negócio, mas interlocutores dão como certa a participação de Alberto Bulus, que foi sócio e CEO da Qualicorp, e Grace Tourinho, ex-diretora financeira na operadora.
Maria Stella Gregori, diretora do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon) e ex-diretora da ANS, avalia que o UHG fez uma "boa escolha":
" De todos no páreo para comprar a Amil, o Júnior é o único do ramo. Conhece bem o setor, criou a Qualicorp, empresa que tem seus méritos. E vai tentar reerguer a operadora. O que se diz no mercado é que o problema seria a carteira de planos individuais. Mas a questão é gestão " diz ela, citando sucessivas trocas no comando da empresa.
Assumir o passivo da operadora era condição-chave para fechar o acordo. A terceira maior operadora de saúde do Brasil fechou 2022 com um prejuízo de R$ 1,6 bilhão. Nos três primeiros trimestres deste ano, a Amil acumulou R$ 2 bilhões em prejuízo, o pior resultado no ranking de empresas divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conforme noticiou o blog da colunista do GLOBO Míriam Leitão.
Contratos preservados
Os R$ 2 bilhões pagos por Júnior (sem considerar o montante assumido em dívidas) são uma fração dos R$ 10 bilhões desembolsados pelo UHG quando o grupo americano comprou a Amil em 2012 da família Bueno, fundadora da operadora e atualmente controladora da Dasa.
Maria Stella frisa que todos os contratos vigentes têm de ser respeitados pelo novo controlador.
Na terça-feira, a ANS divulgou nota explicando que, em caso de venda da Amil, precisaria autorizar a mudança do controle societário.
No ano passado, o UHG tentou desmembrar a operação da Amil, passando a carteira de planos individuais para uma operadora de menor porte. A transação acabou barrada pela agência.
Ana Carolina Navarrete, do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), lamenta que o negócio tenha sido fechado nos últimos dias do ano, período em que os canais de atendimento das empresas de planos de saúde ficam sobrecarregados:
" Um movimento de grande impacto para os consumidores como esse não deveria ser feito no fim do ano. Relembramos como foi atrapalhada a tentativa de alienação da carteira de planos individuais, e como isso gerou problemas para os consumidores " destaca.
A Amil tem uma carteira com mais de 3 milhões de beneficiários em planos de saúde, além de mais de 2 milhões em odontológicos. E tem uma rede com quase 20 hospitais, 52 unidades de atendimento, com laboratórios e centros de diagnóstico. A UHG Brasil é dona ainda da Rede Americas, que tem 28 centros médicos e clínicas, sete centros de excelência e 12 hospitais.
O UHG Brasil informou que "não comenta especulações de mercado".
R$ 9 bi
É o montante total em passivos incluídos na transação
O preço de compra da Amil soma pagamento de R$ 2 bilhões pelo controle e o valor das dívidas
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