Domingo, 19 de Mayo de 2024

Cessar-fogo não avança e netanyahu fecha al-jazeera

BrasilO Globo, Brasil 6 de mayo de 2024

Após um dia cercado de expectativas em relação a um acordo de cessar-fogo, o premier ...

Após um dia cercado de expectativas em relação a um acordo de cessar-fogo, o premier israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem que aceitar as exigências do Hamas para encerrar a guerra em Gaza equivaleria a uma "terrível derrota". Horas depois, o Exército anunciou o fechamento da passagem Kerem Shalom, que dá acesso à Faixa de Gaza e por onde entra ajuda humanitária, após um ataque do Hamas com foguetes. Três soldados israelenses foram mortos e nove pessoas ficaram feridas. A retaliação de Israel, por sua vez, deixou 16 mortos em Rafah.
As declarações coincidiram ontem com a aprovação no Parlamento israelense de uma lei que autoriza o fechamento da rede de notícias al-Jazeera, e acontecem em um momento em que Israel e o Hamas se acusam mutuamente de sabotar as negociações de cessar-fogo e parecem relutantes em relação à proposta sobre a mesa. Assim como no dia anterior, representantes de ambas as partes deixaram claras suas discordâncias, colocando em risco as negociações com mediação internacional no Cairo.
Reunião de emergência
Depois de terem concluído a última rodada de discussões, negociadores do grupo extremista voltaram a Doha durante a tarde. Enquanto isso, o chefe da CIA, Bill Burns, viajou às pressas para a capital do Catar para uma reunião de emergência com o primeiro-ministro do país, temendo que o acordo chegue "perto do colapso", segundo um alto funcionário americano. Hoje, Burns voltará a Israel, onde deve se reunir com Netanyahu.
" A reunião com o ministro egípcio da Inteligência foi concluída e a delegação do Hamas parte para Doha para continuar as consultas " disse o funcionário, sob condição de anonimato.
De acordo com a imprensa egípcia, a liderança do grupo retornará hoje ao Cairo. Mas o clima não é de otimismo. Após as declarações de Netanyahu, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel de atrapalhar os esforços de mediação para um cessar-fogo. Osama Hamdan, alto funcionário do grupo, afirmou que Israel "se concentrou exclusivamente nos reféns e não respondeu às exigências apresentadas pelo Hamas".
Um dia antes, a delegação do Hamas, liderada pelo número dois do braço político do grupo, Khalil al-Hayya, chegou à capital egípcia cercada de expectativa " Israel, no entanto, não enviou representantes para as negociações.
A última proposta de cessar-fogo apresentada pelos mediadores internacionais " que inclui, além do Catar, Egito e Estados Unido " no final de abril ao Hamas prevê uma trégua de 40 dias e a troca de reféns israelenses, detidos em Gaza desde 7 de outubro, por palestinos presos em Israel. O grupo, por sua vez, exige o fim completo e permanente da guerra em Gaza, a retirada total das tropas israelenses do enclave palestino, e a volta dos deslocados pelo conflito às suas casas sem restrições, entre outros pontos.
Em meio às acusações mútuas, Netanyahu voltou a insistir ontem que aceitar as exigências do Hamas para alcançar um acordo para a libertação de reféns equivaleria a uma "terrível derrota".
" Seria uma enorme vitória para o Hamas, para o Irã, para todo o eixo do mal " declarou, em reunião com seu Gabinete. " Portanto, Israel não aceitará as exigências do Hamas e continuará os combates até alcançar todos os seus objetivos.
Horas depois, durante a cerimônia do Dia em Memória do Holocausto, afirmou mais uma vez que seu governo está "comprometido em pôr fim a esta ameaça contínua".
" Lutaremos contra os monstros do Hamas até que a organização seja erradicada.
Internamente, o premier anunciou ontem o encerramento das operações em Israel da al-Jazeera, canal de notícias do Catar. Após aprovação unânime no Parlamento, o ministro das comunicações decretou o fim das transmissões da rede e a apreensão de seus equipamentos. O sinal da TV já deixou de funcionar no país.
A rede, um dos poucos canais internacionais que transmite ao vivo de Gaza, tem sido criticada por parlamentares por uma suposta agenda anti-Israel. Em nota, a al-Jazeera criticou a decisão, chamada de "enganosa e caluniosa".

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