Sábado, 03 de Mayo de 2025

Trump consolida a sua imagem messiânica

BrasilO Globo, Brasil 15 de julio de 2024

Análise

Análise
O impacto da tentativa de assassinato de Donald Trump é gigantesco. A imagem dele com a orelha ferida e o punho em riste entrará para a História. A tendência, neste primeiro momento, pode ser de um aumento da vantagem dele sobre um cada vez mais frágil Joe Biden. Sem dúvida, o republicano se consolida como favorito para as eleições em novembro.
Esta semana, Trump vem a Milwaukee para a convenção republicana, o evento no qual o ex-presidente será formalmente nomeado candidato do partido. Saberemos também quem será o escolhido ou a escolhida para ser seu vice. Esses acontecimentos, aliás, aos poucos dominarão o noticiário.
Um fenômeno interessante das campanhas eleitorais nos EUA é como episódios que parecem definitivos na campanha, com um suposto efeito duradouro na eleição, acabam ficando em um segundo plano. Quando voltamos para 2016, na primeira vitória de Trump, parecia que um vídeo no qual ele fala uma série de profanidades sobre mulheres seria a derrocada definitiva da sua campanha. No fim, foi esquecido em semanas. A reabertura (e fechamento) do processo dos e-mails de Hillary Clinton dominou os debates nos dias anteriores à eleição.
Semanas atrás, estive com centenas de jornalistas diante da corte em Nova York para aguardar o veredicto sobre Trump. Quando houve a condenação, imaginava-se que seria um divisor de águas. O que aconteceu? Nada. A sentença que seria divulgada no dia 11 ficou para setembro. Agora, ninguém mais fala no assunto. Até mesmo a pressão sobre Joe Biden para retirar a sua candidatura ficou em um segundo plano após o ataque contra Trump na Pensilvânia.
No mundo das redes sociais, os acontecimentos são rápidos. Talvez, em um mês, na convenção democrata, não estejamos mais falando da tentativa de assassinato. Uma série de eventos aleatórios pode acontecer até lá, e voltaremos a dizer que talvez sejam decisivos para a eleição.
No fim, mais do que episódios independentes, o que vale são os efeitos cumulativos ao longo da campanha. Biden inevitavelmente passou a ser visto como frágil e inviável. Será difícil reverter. No caso de Trump, os efeitos cumulativos operam em duas vias. Na primeira, seria a sequência de problemas dele na Justiça. A aposta dos democratas era de que essa tendência prevaleceria e o republicano se enfraqueceria. Na segunda, seria a de que o ex-presidente seria uma espécie de líder messiânico, perseguido pela mídia, pelo establishment e o pelo Estado profundo. Isso o fortalece entre os republicanos e deve mobilizar a base, que está incendiada. Já a democrata anda cada vez mais desanimada.
Em uma eleição de mobilização de base, como a dos EUA, os ventos sopram a favor dos republicanos enquanto os democratas naufragam.
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela