Miércoles, 30 de Octubre de 2024

Di santinni compra capodarte para chegar à classe a

BrasilO Globo, Brasil 18 de julio de 2024

capital

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A Di Santinni, multimarcas que vende quase R$ 700 milhões por ano em sapatos para a classe C, comprou a Capodarte " cujos calçados de couro atendem a uma clientela A e B, com tíquete médio de R$ 480, mais que o triplo do registrado pela nova dona. O objetivo é manter independentes as duas operações, da criação à distribuição de produtos, compartilhando apenas processos administrativos.
" Vamos preservar o DNA premium da marca. De jeito nenhum haverá produto da Capodarte nas lojas da Di Santinni, e vice-versa " avisa Artur Tchilian, cofundador e presidente da Di Santinni.
É a primeira aquisição da história da Di Santinni, fundada em 1980. Ela está pagando R$ 36 milhões à Paquetá Calçados, companhia gaúcha que era dona da Capodarte e que, após entrar em recuperação judicial (RJ) em 2019, com uma dívida de R$ 640 milhões, vem se desfazendo de ativos em série. A companhia saiu da RJ no fim do ano passado.
Reação a Shein & Cia.
A transação ocorre no momento em que varejistas que miram a classe C são pressionadas pela concorrência de sites de e-commerce asiáticos. Já no segmento de vestuário voltado para a alta renda, o movimento é de consolidação, liderado por grupos como Arezzo " que, enquanto se fundia ao grupo Soma (Farm, Hering e Animale), adquiriu as fábricas da Paquetá no Ceará no começo do ano.
" É inegável que os sites estrangeiros atrapalham o varejo classe C, e ainda não estou convencido de que a taxação aprovada no Congresso resolve o problema. Mas, no varejo de classe A, o impacto é muito menor, porque o consumidor é menos sensível a preço e mais fiel às marcas " diz Tchilian. " Mesmo com a consolidação de grandes players, há espaço para marcas como a Capodarte.
Com a aquisição, além da marca, a Di Santinni vai absorver uma pequena fábrica em Sapiranga (RS) e o relacionamento com uma rede de fornecedores. Nenhuma das 40 lojas da Capodarte é própria, todas são franquias.
" É aí que o potencial é enorme. Em 2022, a marca chegou a ter 88 lojas, mas muitas mudaram de bandeira com o impacto da recuperação judicial. Crescer esse número para 60 vai ser rápido. A prioridade será recuperar o espaço perdido em São Paulo, mas certamente vamos voltar ao Rio, onde a única loja estava no BarraShopping e fechou " observa o empresário.
Aquém do potencial
As vendas totais dessa rede de franqueados devem ficar perto de R$ 200 milhões este ano, diz o presidente do grupo. No caso da Di Santinni, a expectativa é fechar 2024 com pelo menos R$ 680 milhões em vendas, pouco acima do resultado do ano anterior.
" Mas é um ano sofrido para a Capodarte, porque, com a venda das fábricas no Ceará, onde se concentrava grande parte de sua produção, ficou um hiato na linha de produtos. Ano que vem, esperamos que a cifra fique acima de R$ 260 milhões. A ideia é alavancar a produção na fábrica de Sapiranga, que tem bastante espaço ocioso. O e-commerce também está aquém do potencial" explica.
Com maior presença em São Paulo e em capitais do Sul e Centro-Oeste, a rede da Capodarte é geograficamente complementar à da Di Santinni, cujas 132 unidades (sendo 88 franquias) estão mais presentes no Rio e em capitais do Norte e Nordeste (Recife é a segunda maior praça).
Aliás, embora a Di Santinni esteja sediada em São Paulo, seu principal mercado sempre foi o Rio. A primeira loja foi aberta no NorteShopping em 1987, quando o centro comercial estava sendo inaugurado. Antes, a Di Santinni funcionava apenas como fábrica, tradição na família de Tchilian, descendente de armênios. Até hoje, o negócio é 100% familiar: ele tem por sócios o primo, o irmão e um cunhado, e seus filhos são executivos da operação.
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