Bancos e sites oferecem novos meios de pagamento

De olho na concorrência com os bancos digitais e diante da popularidade do Pix, instituições financeiras ampliaram as possibilidades de uso do pagamento instantâneo, do financiamento e do cartão de crédito. A flexibilidade chega também ao varejo, com plataformas oferecendo novas modalidades na hora de fechar o carrinho de compras.
" Os bancos, sabendo que a fronteira tecnológica está caminhando para pagamentos por aproximação e para eventualmente não ter nem mais que usar o plástico, já estão promovendo e aceitando o Pix para operações de crédito " diz Luis Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da Austin Rating.
O Pix crédito chegou ao mercado em 2022 e ganha cada vez mais adesão. Na modalidade, a transação instantânea cai na conta de quem recebe, mas, para quem paga, o valor pode ser parcelado com ou sem cobrança de juros.
No Santander, o parcelamento pode ser em até 24 vezes, com a primeira parcela vencendo só em 59 dias. Itaú, Bradesco, Inter, Nubank e várias outras instituições também oferecem a modalidade, com prazos e taxas de juros que variam a cada caso.
O editor de vídeos Danilo Lima, de Salvador, já usou a modalidade em momento de emergência:
" O aluguel apertou e uma parte foi no Pix crédito.
Para as instituições financeiras, além de reter a clientela, o Pix crédito traz a vantagem de redução de custos, avalia Santacreu. O uso do cartão pressupõe pagar taxas às maquininhas e há a produção do plástico, o que acaba encarecendo a operação na comparação com as transferências via celular.
compras por impulso
O movimento acontece também nos grandes e-commerces do país. Depois de Shopee e Mercado Livre, a Amazon anunciou, no mês passado, um crediário que pode ser contratado no momento de fechar o carrinho. Com taxas de 4% a 7,8% ao mês, a compra pode ser parcelada em até 24 meses, com valor mínimo de R$ 20 por parcela.
Mas o parcelamento requer atenção. A educadora financeira Carol Stange alerta que essa facilidade pode servir de gatilho para compras por impulso, levando ao endividamento:
" É um empréstimo, e todo empréstimo custa algo. Se for isento de taxas na hora de efetuar a compra, se eventualmente a pessoa atrasar, vai custar.
Outra modalidade que vem crescendo é a antecipação de parcelas futuras do cartão de crédito, oferecida normalmente com desconto. Carol ressalta que nem sempre vale a pena. Se o desconto for maior do que o cliente ganharia se deixasse o valor em um investimento conservador (fundo de renda fixa ou o Tesouro Selic), antecipar a fatura pode ser um bom negócio. Do contrário, não há ganho financeiro, mas a antecipação libera o limite para novas compras.