Biden anuncia r$ 290 milhões para fundo amazônia
Durante a primeira visita de um presidente americano em exercício à Amazônia, Joe Biden ...
Durante a primeira visita de um presidente americano em exercício à Amazônia, Joe Biden afirmou ontem que "ninguém pode reverter a revolução da energia limpa" nos Estados Unidos, enviando uma mensagem clara ao seu sucessor, o republicano Donald Trump " defensor da exploração de hidrocarbonetos e negacionista climático. Como parte da viagem histórica, a Casa Branca anunciou um financiamento de US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo Amazônia.
" Alguns podem tentar negar ou atrasar a revolução da energia limpa que está em andamento nos EUA. Mas ninguém, ninguém, pode revertê-la " disse o democrata em uma declaração à imprensa feita no meio da floresta, nos arredores de Manaus. " Amigos, não precisamos escolher entre meio ambiente e economia. Podemos fazer as duas coisas. Nós já provamos isso em casa.
negacionismo climático
Após se encontrar no dia anterior com o presidente chinês, Xi Jinping, em Lima, Biden desembarcou em Manaus, a maior cidade da região amazônica, onde foi recebido pelo governador Wilson Lima; a embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley; e o cientista brasileiro Carlos Nobre. Maior floresta tropical do planeta, a Amazônia é crucial na luta contra o aquecimento global devido à sua capacidade de absorver CO².
Os EUA, por sua vez, são o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, atrás apenas da China. Mas as emissões de gás carbônico de forma per capita pelos americanos (quase 335 milhões) são o dobro dos chineses (1,4 bilhão) e até oito vezes maior que dos indianos (1,4 bilhão), segundo a ONG World Resources Institute.
" A história literalmente nos observa agora. Então, vamos preservar este lugar sagrado para o nosso tempo e para sempre, em benefício de toda a humanidade.
Pouco antes da chegada do presidente, a Casa Branca anunciou US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo Amazônia, o que levará as contribuições totais dos EUA a US$ 100 milhões (cerca de R$ 578 milhões), um valor "sujeito à notificação do Congresso".
No ano passado, o governo anunciou que solicitaria ao Congresso a aprovação de US$ 500 milhões (R$ 2,9 bilhões) durante cinco anos ao Fundo Amazônia e atividades correlacionadas até 2030. A promessa foi formalizada durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, e suscitou incertezas quanto à sua aprovação. À época, os republicanos controlavam apenas a Câmara. Após as eleições deste ano, eles não apenas mantiveram a liderança estreita, como também recuperaram o Senado.
Cético quanto à crise climática, Trump classifica o aquecimento global como "uma das maiores fraudes de todos os tempos", e prometeu reverter as políticas de Biden. Um dia antes, o presidente eleito anunciou o negacionista do clima Chris Wright como secretário de Energia.
aporte da noruega
O comunicado anunciado ontem menciona ainda outros projetos de valorização e preservação do bioma, como a Brazil Restoration & Bioeconomy Finance Coalition, que promete mobilizar pelo menos US$ 10 bilhões (R$ 58 bilhões) em investimentos públicos e privados para projetos de restauração, conservação, e para apoiar a bioeconomia. Do total, US$ 500 milhões (R$ 2,9 bilhões) serão destinados a projetos de apoio aos povos indígenas e comunidades locais.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia tem por finalidade captar doações para investimentos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, bem como da conservação e uso sustentável da Amazônia Legal. O maior doador do fundo é a Noruega, que ontem anunciou um fundo adicional de US$ 60 milhões (R$ 347,8 milhões). Segundo o premier Jonas Gahr Store, a decisão é resultado da confiança de Oslo no trabalho do Brasil para reduzir o desmatamento no país.