Com elenco no limite, botafogo faz maratona em 15 dias por mais títulos

Sprint final
Domingo foi dia de jogadores no alto do trio elétrico e um mar alvinegro na praia saudando os campeões da América. Mas a festa cessou e a rotina de trabalho voltou ao normal. O ano do Botafogo não acabou. Se tudo der certo, dura ainda mais duas semanas. Que não serão fáceis. O time pode encarar uma maratona de até cinco jogos em 15 dias. Depois de 11 meses de trabalho, o elenco precisa reunir as últimas forças pela possibilidade de fazer a temporada terminar ainda mais especial.
A maratona começa hoje, com a viagem para Porto Alegre, onde o time encara o Internacional, amanhã, no Beira-Rio, pelo Brasileiro. Depois, o grupo retorna ao Rio e se prepara para o duelo contra o São Paulo, domingo, no Nilton Santos, pela última rodada do torneio. Sem tempo para descanso, logo em seguida os alvinegros já iniciam sua segunda missão: a disputa do Intercontinental, no Catar.
Este cenário serve para entender como o jogo de amanhã é uma peça fundamental no xadrez alvinegro. Uma eventual conquista do título no Beira-Rio daria ao técnico Artur Jorge a opção de poupar seus titulares na última rodada e antecipar a preparação para a estreia no Intercontinental, contra o Pachuca-MEX, daqui a oito dias, em Doha. Afinal, não se trata de uma viagem qualquer. São pelo menos 14h de voo até a capital catari. O treinador, contudo, evita falar no planejamento para o torneio da Fifa.
" Chegará a seu tempo. Até lá temos Internacional e São Paulo para ganhar, porque quero ganhar o título brasileiro " afirmou o técnico após a conquista da Libertadores. " Depois nós pensamos no que tem mais adiante.
O Botafogo não depende só de si para confirmar o título com antecedência. Mas seu objetivo está longe de ser inalcançável. Se derrotarem o Inter, os alvinegros precisarão apenas que o Palmeiras não vença o Cruzeiro, também amanhã, em Belo Horizonte. Caso empatem em Porto Alegre, aí terão que torcer por uma vitória do time mineiro. Já se perderem para os colorados, a disputa pelo Brasileiro irá até o domingo.
No Catar, o Botafogo pode disputar até três partidas em oito dias pelo Intercontinental. Se passar do Pachuca, no dia 11, encara o Al-Ahly, do Egito, 72 horas depois. E, em caso de nova vitória, decide o título contra o Real Madrid, dia 18.
Dosagem do elenco
De todos os times, o Botafogo será o único em final de temporada. Logo, o mais desgastado fisicamente. A comparação dá uma ideia da situação dos alvinegros. No Real, o atleta com mais tempo em campo é o zagueiro Rüdiger, com 1.716 minutos. No Pachuca, é o goleiro Carlos Moreno que registra 1.620. Já no Al-Ahly é o lateral Yahia Allah, com 997.
Somada, a minutagem dos três não se iguala à do líder em tempo jogado no elenco alvinegro: Marlon Freitas, que atuou por 4.656 minutos nesta temporada. Além dele, Bastos, John e Barboza já passaram da casa dos 4 mil cada um.
Os últimos 10 jogos do Botafogo mostram como Artur Jorge já vem demonstrando preocupação com o estado físico do grupo e dosando a utilização deles dentro do possível. Dois jogadores lideram a lista de substituídos: Vitinho e Alex Telles. E, em quatro ocasiões, saíram de campo antes dos 26 minutos do segundo tempo. O lateral-esquerdo ainda começou no banco na partida contra o Vitória. Não por acaso, trata-se de dois atletas contratados no meio da temporada e que não tiram férias há mais de um ano.
O venezuelano Savarino é outro que tem recebido atenção neste sentido. As substituições feitas por Artur Jorge nestes últimos dois meses, por sinal, mostram um padrão. Além dos dois laterais, o quarteto da frente está entre os que mais são sacados. Justamente por isso, o sexteto formado por Mateo Ponte, Cuiabano, Eduardo, Matheus Martins, Júnior Santos e Tiquinho tem sido o mais acionado ao longo das partidas.
Os zagueiros Bastos e Barboza e os volantes Gregore e Marlon Freitas também tiveram sua minutagem controlada. Cada um iniciou no banco uma partida neste período. Mas mereceram menos cuidado do que os demais, o que mostra um nível de desgaste menor.