China retalia e proíbe exportações de minerais estratégicos para os eua
A China decidiu retaliar após o governo americano intensificar restrições tecnológicas ...
A China decidiu retaliar após o governo americano intensificar restrições tecnológicas contra o país asiático, com a proibição total de exportações de diversos materiais com aplicações em alta tecnologia e uso militar. Gálio, germânio, antimônio e materiais superduros não poderão mais ser exportados para os Estados Unidos, informou ontem o Ministério do Comércio chinês. Também haverá controles rígidos sobre as vendas de grafite.
"Os EUA generalizaram o conceito de segurança nacional, politizaram e militarizaram questões econômicas, comerciais e tecnológicas", afirmou um porta-voz do ministério em comunicado. "Eles abusaram de medidas de controle de exportação e restringiram de forma irracional a exportação de determinados produtos para a China."
Anteontem, a Casa Branca impôs novas restrições à venda para a China de chips de memória de altíssima capacidade e velocidade por empresas americanas e estrangeira.
A resposta da China mira metais usados em praticamente tudo, de chips até satélites e óculos de visão noturna. Uma proibição chinesa à exportação de gálio e germânio, por exemplo, causaria um impacto de US$ 3,4 bilhões na economia americana, segundo um relatório do Serviço Geológico dos EUA divulgado no mês passado.
" Proibições de exportação de minerais críticos estão em preparação há algum tempo e têm como objetivo servir de aviso. É um sinal claro de que a China está se preparando para reagir de forma mais contundente à pressão econômica dos EUA do que nos últimos anos " disse Joe Mazur, analista sênior da empresa de consultoria Trivium China.
Casa Branca avalia impacto
No ano passado, o presidente Xi Jinping colocou o gálio e o germânio sob supervisão governamental mais rígida, à medida que as tensões com os EUA aumentavam. Os preços de ambos os metais aumentaram após a introdução dos controles, e dados comerciais mostram que as medidas já tiveram um impacto significativo nos fluxos desses metais para os EUA.
A China responde por mais da metade das importações de germânio e 20% das de gálio dos EUA, segundo dados do Serviço Geológico americano. O país representou apenas cerca de um décimo de todas as exportações de antimônio da China.
A Casa Branca disse que está avaliando as novas restrições e buscando formas de mitigar os impactos.