Viernes, 09 de Mayo de 2025

Dólar cai ao menor nível em mais de 4 meses

BrasilO Globo, Brasil 18 de marzo de 2025

O dólar caiu ontem ao menor valor desde 7 de novembro do ano passado. A moeda americana ...

O dólar caiu ontem ao menor valor desde 7 de novembro do ano passado. A moeda americana recuou 0,99%, a R$ 5,686. No acumulado do ano, a queda é 7,98%, ficando em 9,26% desde o recorde nominal, registrado em 18 de dezembro, no auge da pressão cambial do fim do ano passado. O Ibovespa subiu 1,46%, aos 130.834 pontos, o maior patamar desde 28 de outubro. No ano, acumula alta de 8,77%. E a semana de reunião do Copom começou com os juros futuros novamente em baixa.
O dólar caiu frente a várias moedas de países emergentes, principalmente por causa de notícias positivas procedentes da China, e ainda por conta das desconfianças em relação à guerra comercial de Donald Trump. Por aqui, o nível da atividade econômica e a expectativa de aumento no diferencial de juros em relação às taxas dos EUA também ajudaram a jogar o dólar para baixo e as ações para cima.
A China vai lançar novas medidas para estimular o consumo da população, além de outras ações para estabilizar o combalido setor imobiliário e o mercado de capitais. Além disso, Pequim anunciou incentivos para aumentar a taxa de natalidade no país.
A notícia beneficiou moedas de países emergentes e o real em particular, por causa da forte ligação da economia brasileira com a chinesa, já que o país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil, explica o diretor de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa:
" Se nosso maior cliente anuncia que está colocando estímulos para consumo, é benéfico para nós.
A divulgação de números mais fortes do que o esperado na atividade econômica chinesa também agradou o mercado. O consumo, o investimento e a produção industrial chineses superaram as estimativas no início do ano, sinais animadores para uma economia que desacelerou e que ainda demanda estímulos.
OTIMISMO EMERGENTE
Paula Zogbi, gerente de Research na Nomad, destaca que o otimismo com os dados econômicos chineses animou não apenas o Brasil, mas outros mercados emergentes. Além da ligação da economia chinesa com esses países, os números positivos do gigante asiático impulsionaram parte das commodities " das quais a China é a maior consumidora.
A alta do Ibovespa também foi guiada pelo viés externo, com as ações ligadas a commodities impulsionando o índice. As maiores altas do dia, entretanto, ficaram por conta das ações ligadas à economia doméstica, beneficiadas pela queda dos juros futuros " o que é mais um sinal de que o mercado vê um cenário melhor. Em 18 de dezembro, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 15,38%. Ontem, estava em 14,74%. A taxa para janeiro de 2027 recuou de 15,84% para 14,48%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá elevar a taxa básica (Selic) amanhã em um ponto percentual, para 14,25% ao ano, como já sinalizado. Nos EUA, o Federal Reserve (o BC americano) também se reúne, mas a expectativa é que os juros permaneçam no patamar atual.
Analistas lembram que o fato de o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, ter vindo acima das expectativas " 0,9%, contra previsão de 0,22% " reforça a previsão de alta da Selic, observa Marcio Riauba, head da StoneX.
Mas a queda do dólar nos últimos meses e a melhoria de indicadores do mercado, como os juros futuros, já levam analistas a considerarem que o ciclo de elevação dos juros pode ser mais curto do que o previsto no início do ano. Pela primeira vez em 20 semanas, a projeção dos analistas do mercado para a inflação caiu, segundo o Boletim Focus. Os investidores estão atentos a possíveis medidas para conter os preços dos alimentos.
Arminio: ‘não tem milagre’
Para o economista Arminio Fraga, sócio da Gávea Investimentos e ex-presidente do BC, o enfrentamento da inflação de alimentos "não tem milagre". Segundo ele, o que está faltando é apoio da política fiscal, ou seja, maior controle dos gastos do governo.
O ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso deu razão ao presidente Lula sobre formas de combater a alta dos alimentos
" O presidente Lula apanhou quando falou para as pessoas procurarem outros alimentos, mas ele tem razão. O preço dos alimentos varia. Ele (Lula) não está sendo muito feliz em algumas declarações, mas isso que ele falou está correto. É assim que o mercado funciona " afirmou Arminio na abertura do ano letivo do Impa Tech, no Rio.
Colaborou Vinicius Neder
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