Fundo soberano de cingapura compra participação na cimed

A farmacêutica Cimed informou ontem que concluiu os entendimentos para a entrada do GIC, fundo soberano de Cingapura, como acionista minoritário da empresa brasileira.
O fundo soberano é um dos maiores do mundo e vem ampliando suas apostas no Brasil. No país, o GIC fez uma parceria com a Iberdrola e adquiriu participações na Eletrobras, para investir em geração de energia, além de na Rede D’Or São Luiz e no Nu Holdings.
A Cimed contou com a assessoria do banco JP Morgan e do escritório Spinelli Advogados. Segundo a empresa, é uma das maiores operações em private equity de saúde nos últimos anos no Brasil.
Olho na divisão de consumo
A entrada do GIC, explica a farmacêutica, faz parte da estratégia de crescimento da Cimed, cujo objetivo é triplicar o faturamento nos próximos cinco anos, por meio de inovação, tecnologia, novas oportunidades de negócios e aquisições.
Em 2024, a Cimed teve faturamento de R$ 3,6 bilhões, alta de 22% em relação ao ano anterior.
" Estamos orgulhosos em ter a nosso lado um parceiro estratégico com conexão global como o GIC para acelerar nossa jornada de crescimento. Esse movimento é um marco nos 48 anos da nossa história " afirmou o CEO da Cimed, João Adibe Marques.
No ano passado, a Cimed ficou perto de comprar a Jequiti, do Grupo Silvio Santos, mas houve um impasse quanto ao preço final.
O plano de negócios da farmacêutica prevê ampliar a divisão de consumo " higiene, vitaminas e dermocosméticos ", que hoje já responde por mais de 60% da receita, bem como a de remédios. Neste ano, a meta é lançar 130 produtos. A Cimed prevê investir R$ 2 bilhões nos próximos cinco anos.
Apesar de estar dedicando mais recursos à América Latina, a região continua pequena no portfólio do GIC, respondendo por 4% dos ativos do fundo. O GIC não divulga o tamanho de sua carteira, mas a consultoria Global SWF estima que o fundo administre US$ 769 bilhões em todo o planeta.