Viernes, 18 de Abril de 2025

Google lança chip de ia e cria agentes que ‘conversam entre si’

BrasilO Globo, Brasil 10 de abril de 2025

Em meio ao acirramento da disputa tarifária entre EUA e China, que atinge em cheio a ...

Em meio ao acirramento da disputa tarifária entre EUA e China, que atinge em cheio a indústria de tecnologia, o Google anunciou um pacote de inovações para nuvem com foco em inteligência artificial (IA). O lançamento de um processador, chamado Ironwood, e a criação de um sistema que permite que agentes de IA "conversem entre si" são alguns dos destaques.
Os lançamentos foram feitos durante o Google Cloud Next’25, que acontece em Las Vegas, nos EUA, e reúne executivos e clientes da gigante de tecnologia. O pacote de anúncios foi apresentado por Thomas Kurian, CEO do Google Cloud.
Chamado de TPU (sigla em inglês para unidades de processamento tensorial, circuitos integrados de aplicação específica projetados pelo Google para acelerar tarefas de aprendizado de máquina), o Ironwood é o primeiro chip da companhia criado exclusivamente para inferência " ou seja, para executar modelos de IA já treinados, como o Gemini, em aplicações do dia a dia.
O equipamento é lançado em um momento de demanda aquecida por processadores de inferência, diante da adoção crescente de aplicações corporativas de IA e do uso mais frequente desses sistemas em tarefas cotidianas. Atualmente, a Nvidia lidera o mercado de chips de IA, incluindo os de inferência.
De olho nas tarifas
Ao oferecer uma alternativa própria, a big tech avança na estratégia de reduzir a dependência externa para esses equipamentos. Segundo a empresa, o Ironwood será disponibilizado até o fim do ano. Os clientes não compram os chips diretamente, mas podem acessar a capacidade computacional deles a partir dos serviços do Google Cloud.
Em entrevista coletiva, Amin Vahdat, vice-presidente de Sistemas e Nuvem do Google Cloud, afirmou que o processador marca a entrada da indústria "na era da inferência", em que a prioridade deixa de ser o dado inserido no modelo e passa a ser "o que o modelo consegue fazer com os dados depois de treinado".
O lançamento acontece em meio à incerteza de como as cadeias globais de tecnologia serão afetadas pelas tarifas de Donald Trump. Embora projetados nos EUA, os chips e processadores das big techs costumam envolver componentes vindos da Ásia, incluindo Taiwan e China " diretamente afetadas pela nova rodada da guerra tarifária.
Perguntado sobre o impacto das tarifas nos investimentos em IA, que demandam infraestrutura física e componentes asiáticos, Vahdat afirmou que o Google "analisa a questão bem de perto" e que a empresa tem avaliado os efeitos "sistematicamente". Assim como aconteceu com outras big techs, as ações da Alphabet, controladora do Google, desabaram no mercado nos últimos dias. Em cinco dias, os papéis acumularam perdas de pouco mais de 6%. Ontem, porém com a recuperação dos mercados, saltaram 9,88%.
cooperação autônoma
Além do processador, a companhia apresentou em Las Vegas um sistema que, na prática, vai permitir a "conversa" entre agentes de IA, sistemas autônomos que podem executar tarefas de forma independente. Chamado de Agent2Agent (A2A), ele vai permitir que sistemas construídos por diferentes empresas possam se comunicar, trocando dados e tarefas como se falassem a mesma língua.
O lançamento, na prática, abre caminho para uma nova geração de sistemas multiagentes " em que agentes jurídicos, financeiros, de RH ou atendimento ao cliente, por exemplo, possam cooperar de forma autônoma. De acordo com o Google, a plataforma conta com a parceria de 50 empresas, entre elas consultorias, como a Deloitte e a Accenture, e companhias de tecnologia como Salesforce, SAP e Oracle.
" O ponto crucial é que essa infraestrutura oferecerá, desde o início, suporte à comunicação e interação aberta entre múltiplos agentes, permitindo que agentes de diferentes empresas e plataformas operem de forma integrada para cumprir tarefas complexas " explicou Vahdat, acrescentando que o Google trabalha com pouco mais de mil casos de uso com agentes.
A ideia dos agentes " sistemas que seriam capazes de executar tarefas complexas e interagir com ferramentas, buscar dados e colaborar entre si " começou a ganhar tração há pouco mais de um ano. Além do Google, empresas como OpenAI, do ChatGPT, e Microsoft, com o Copilot, têm criado produtos corporativos com esses sistemas.
No Next, o Google anunciou que vai disponibilizar seu modelo de IA, o Gemini, para rodar em ambientes privados, fora da nuvem aberta " uma opção voltada a empresas com exigências de segurança ou controle de dados. A companhia ainda apresentou uma espécie de marketplace com agentes prontos para uso e pré-programado para tarefas.
Outra atualização foi nas ferramentas para criação de conteúdo com IA, reunidas na plataforma Vertex AI Media Studio. O sistema, que reúne ferramentas para geração de imagem, vídeo, áudio e música, pode ser visto como uma resposta do Google ao Sora, da OpenAI " mas com foco mais amplo e integração direta à nuvem corporativa da empresa.
A plataforma pode ser acessada, em modo de teste limitado (allowlist), por meio de parcerias com estúdios, criadores e empresas selecionadas.
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