Neymar e ganso se reencontram após percorrerem caminhos diferentes

Velhos conhecidos
Em 2010, uma dupla de jovens garotos da base despontava no Santos e dava a sensação de que seriam os grandes nomes de toda uma geração do futebol brasileiro. O tempo passou, algumas expectativas foram correspondidas, mas a sensação é que tanto Neymar (33 anos) quanto Ganso (35) poderiam chegar mais longe, cada um dentro da sua realidade. Hoje, eles voltam a dividir o mesmo campo no país após 12 anos, no duelo entre o Fluminense e o clube paulista, às 19h30, no Maracanã, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar da ansiedade pelo reencontro, os dois devem iniciar a partida no banco, já que voltam de lesão.
Nos anos de glória no Santos, a dupla só não fez chover na Vila Belmiro. Guiada por um futebol encantador, a equipe quistou uma Copa do Brasil (2010), uma Libertadores (2011) e três Campeonatos Paulistas (2010, 2011 e 2012). A era vitoriosa, entretanto, foi interrompida quando o meia se transferiu para o São Paulo, em meados de 2012. A partir dali, o debate de quem faria mais sucesso ganhou um novo rumo.
carreiras internacionais
Para o comentarista do Sportv Carlos Eduardo Mansur, o fato de Ganso surgir como um meia clássico aumentou as expectativas sobre ele. No entanto, ele diz que nunca teve dúvida de quem era o "jogador genial" da dupla:
" No início deles, o Ganso tinha um fator que chamava muita atenção porque o Brasil vive uma eterna busca por camisa 10. Então, ele, por ser esse meia central, cerebral, mexeu muito com a fantasia brasileira, que acha que isso é uma condição obrigatória para ganhar uma Copa do Mundo, embora o Brasil tenha ganho sem ter esse tipo de meia em outros momentos. E o Neymar era claramente um jogador genial. Ainda que, no início, a gente não tinha como prever o salto que ele ia dar. Mas, para mim, ele era o mais diferente ali.
No São Paulo, Ganso passou a sofrer com diversas lesões e demorou a se firmar " e, consequentemente, a ter uma oportunidade de se aventurar na Europa. Mas as passagens por Sevilla (ESP) e Amiens (FRA) foram apagadas. Depois da trajetória frustrada pelo velho continente, o meia foi para o Fluminense em busca de um recomeço que, durante um tempo, parecia que não iria chegar. Tudo mudou em 2022, com a volta de Fernando Diniz ao tricolor, justamente seu primeiro treinador no clube. O camisa 10 se tornou peça fundamental da equipe que conquistou a Libertadores de 2023 e conquistou sua posição de ídolo.
Neymar ficou no Santos até os últimos segundos de futebol brasileiro. O atacante deu o salto esperado na carreira quando foi vendido para o Barcelona em 2013. Ele começava a traçar o caminho para se tornar um dos grandes nomes do futebol mundial. Na equipe catalã, fez parte do trio histórico com Messi e Suárez que foi campeão de tudo, e chegou inclusive a ser eleito o terceiro melhor jogador do mundo pela Bola de Ouro de 2015 " a melhor posição da carreira na premiação.
E então veio a transferência para o PSG (FRA). Depois de um início animador, o craque passou a sofrer com muitas contusões em sequência, que foram determinantes para que sua passagem pelo clube fosse considerada controversa. Neymar até passou um ano no Al-Hilal, da Arábia Saudita, onde quase não jogou por ter rompido o ligamento no joelho esquerdo. Mas foi no clube que o revelou que enxergou a oportunidade perfeita para tentar se reinventar. O objetivo é chegar bem à Copa do Mundo de 2026 que, segundo ele, será a última.
" Acho que a percepção de decepção é muito relacionada à visão atual que expõe jogadores na mídia desde muito jovens, muito garotos. Esse mundo globalizado, em que parece que só ser o melhor do mundo serve " observa Carlos Eduardo Mansur. " Todos esses jogadores identificados desde muito cedo como potenciais grandes talentos, se não chegam a ser melhores do mundo em algum momento da vida, parece que isso já desaponta as pessoas. É um sarrafo de julgamento muito cruel.
Só um na seleção
Além das diferenças nos caminhos traçados pelas equipes que representaram, os dois tiveram impactos opostos na seleção brasileira. Ganso acumula apenas oito partidas e não é convocado desde a Copa América de 2016. Já Neymar se tornou o maior artilheiro da história da equipe (79 gols) e disputou três Copas do Mundo " até agora.
Apesar do destaque individual, ele ainda não é campeão do mundo com a seleção. Seus títulos com a camisa verde e amarela são a Copa das Confederações de 2013 e as Olimpíadas de 2016.