Manifestantes pedem proibição da afd na alemanha
Milhares de pessoas foram às ruas em mais de 60 cidades da Alemanha ontem para exigir a ...
Milhares de pessoas foram às ruas em mais de 60 cidades da Alemanha ontem para exigir a proibição do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), dias depois de o serviço de inteligência do país tê-lo classificado como "grupo extremista". Na capital Berlim, a polícia estimou que cerca de três mil pessoas participaram do ato.
Poucos dias antes da posse do novo chefe de Governo, Friedrich Merz, que lidera uma coalizão de conservadores e social-democratas, o serviço de inteligência interna (BfV) do país classificou a legenda como uma "organização comprovadamente extremista de direita", que ameaça a democracia.
Na última quinta-feira, no entanto, o BfV suspendeu temporariamente a classificação, enquanto aguarda a resolução de um recurso do partido na Justiça. A decisão gerou tensões políticas dentro e fora da Alemanha, especialmente com os EUA, cujo presidente Donald Trump já expressou apoio à AfD.
A manifestação de ontem foi convocada pelo grupo Juntos Contra a Direita: "A AfD não é um partido normal e não deve ser tratada como tal. É a hora de considerar seriamente a proibição do partido", afirmou em seu site.
Em Berlim, o protesto ocorreu no Portão de Brandemburgo e reuniu pelo menos três mil pessoas, segundo a polícia. "Todos juntos contra o fascismo!" gritava a multidão, com bandeiras arco-íris e cartazes.
crescimento recente
De acordo com uma pesquisa do instituto Insa, publicada no fim de semana, 48% dos alemães apoiam a proibição do funcionamento da legenda. Outros 37% se posicionam contra, enquanto 15% não souberam responder.
Fundada em 2013 como uma sigla eurocética de tendência liberal, a AfD rapidamente passou a pender para a ultradireita, especialmente após a crise dos refugiados. Apesar disso, o partido vem crescendo na última década e obteve 20% dos votos nas últimas legislativas.