Operação em fábrica ilegal de cigarros resgata 22 paraguaios
Vinte e dois paraguaios que estariam trabalhando em condição análogas à escravidão foram ...
Vinte e dois paraguaios que estariam trabalhando em condição análogas à escravidão foram resgatados ontem, durante operação policial que fechou uma fábrica clandestina de cigarros em Vigário Geral, na Zona Norte. Cinco brasileiros, suspeitos de atuar como gerentes e supervisores do local, acabaram presos em flagrante.
A ação foi realizada pela Polícia Federal, pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Federal, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
De acordo com a polícia, a fábrica tem ligação com o contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, foragido desde o ano passado por suspeita de ser o mandante dos assassinatos do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e de Alexsandro José da Silva, o Sandrinho. Pelo maquinário e a quantidade de produtos encontrados, acredita-se que a produção abastecia o mercado ilegal de cigarro em diversas regiões do estado.
Os paraguaios prestaram depoimento e depois foram encaminhados ao consulado de seu país. Segundo Felipe Montes, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas da PF, eles podem ter sido iludidos com a promessa de bom emprego.
" A forma de aliciamento não é padrão, tanto que eles entraram no país em datas diferentes, uns há cinco meses, outros há um mês. Usualmente são promessas de vagas na indústria têxtil e na construção civil com salários de até R$ 5 mil. Mas, na realidade, recebem valores irrisórios ou nada " explicou Montes.
Adilsinho já foi alvo de operações anteriores. Em 2023, quando uma fábrica ilegal de cigarros em Duque de Caixas, na Baixada, foi fechada, 19 paraguaios em situação análoga à escravidão foram resgatados. Eles contaram que vieram com os olhos vendados, com a promessa de que iriam trabalhar na produção de roupas.
* Estagiário sob supervisão
de Giampaolo Morgado Braga