Sábado, 31 de Mayo de 2025

Justiça dos eua bloqueia tarifas recíprocas de trump

BrasilO Globo, Brasil 29 de mayo de 2025

As tarifas comerciais recíprocas implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald ...

As tarifas comerciais recíprocas implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2 de abril " no que ele chamou de "Dia da Libertação" " foram consideradas ilegais e bloqueadas ontem por um tribunal federal, o que representa um duro golpe a um dos pilares da agenda econômica do republicano.
A decisão unânime de um painel de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, sediado em Manhattan, Nova York, foi favorável ao pedido de estados liderados por governadores democratas e de um grupo de pequenas empresas que argumentavam que Trump invocou de forma indevida uma lei de emergência para justificar as tarifas.
A decisão judicial representa uma rejeição categórica dos fundamentos jurídicos de algumas das ações mais controversas e emblemáticas de Trump em seu segundo mandato. Em várias iniciativas de seu governo, como o tarifaço, o presidente republicano apelou para a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA, na silga em inglês), um instrumento geralmente usado em tempos de guerra ou contra inimigos declarados dos EUA, e que permite ao governo federal implementar ações imediatas sem aprovação legislativa.
"As ordens tarifárias mundiais e retaliatórias excedem qualquer autoridade concedida ao presidente pela IEEPA para regular a importação por meio de tarifas", decidiu o tribunal, referindo-se à lei de 1977.
O governo Trump deverá recorrer da decisão de ontem, e a Suprema Corte quase certamente será chamada a dar uma resposta final.
A gestão do republicano argumenta que os tribunais aprovaram o uso emergencial de tarifas pelo então presidente Richard Nixon em 1971 e que somente o Congresso, e não os tribunais, pode determinar a questão "política" de se a justificativa do presidente para declarar uma emergência está em conformidade com a lei.
AÇO CONTINUA TAXADO
O tribunal estabeleceu um prazo de dez dias corridos para ordens administrativas do governo federal "efetivarem a decisão integralmente".
A decisão suspende as tarifas de 30% de Trump sobre importações da China, a taxação de 25% sobre alguns produtos importados do México e do Canadá, e as tarifas universais de 10% sobre a maioria dos produtos que entram nos Estados Unidos procedentes de uma centena de países, como o Brasil. No entanto, a decisão não afeta as tarifas de 25% sobre automóveis, autopeças, aço ou alumínio, que estavam sujeitas à Seção 232 da Lei de Expansão Comercial " uma legislação diferente da usada por Trump para suas ações comerciais mais amplas.
A ação de ontem foi movida por uma dúzia de estados, liderados pelo Oregon, e pelo grupo de advocacia libertária Liberty Justice Center, representando a vinícola VOS Selections e outras quatro pequenas empresas, que argumentaram ter sido gravemente prejudicadas pelas tarifas de Trump.
" Abrimos este caso porque a Constituição não concede a nenhum presidente autoridade irrestrita para desestabilizar a economia. Esta decisão reafirma que nossas leis são importantes e que as decisões comerciais não podem ser tomadas por capricho do presidente " disse o procurador-geral do Oregon, Dan Rayfield.
Ron Wyden, senador democrata do Oregon e membro do Comitê de Finanças do Senado, comemorou a decisão dos juízes do Tribunal de Comércio Internacional argumentando que as tarifas "aumentaram os preços de alimentos e carros, ameaçaram causar escassez de bens essenciais e destruíram as cadeias de suprimentos para empresas americanas, grandes e pequenas".
O tarifaço enfrenta pelo menos outros sete processos. Os autores argumentaram que a lei de poderes de emergência não autoriza o uso de tarifas e, mesmo que autorizasse, o déficit comercial não seria uma emergência, pois os EUA registram déficits com o resto do mundo há 49 anos. Eles acusam Trump de abusar de sua autoridade, deixando a política comercial dos EUA dependente de seus caprichos e sem passar pelo escrutínio do Congresso.
SUPREMA CORTE
As tarifas impostas por Trump no Dia da Libertação abalaram os mercados financeiros globais e levaram muitos economistas a rebaixar as perspectivas de crescimento econômico dos EUA.
A decisão de ontem pode ser contestada pelo governo de Trump em instância federal. Advogados avaliam que o governo vai solicitar a um tribunal federal superior o bloqueio imediato da decisão de ontem enquanto recorre, embora a questão possa ir diretamente para a Suprema Corte americana.
O Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos é um tribunal federal em Manhattan que lida com disputas sobre leis alfandegárias e de comércio internacional.
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