Lota e as pistas do aterro do flamengo, 60 anos depois
Merece até apagar 60 velinhas. Em outubro, o Aterro do Flamengo completa 60 anos de bons ...
Merece até apagar 60 velinhas. Em outubro, o Aterro do Flamengo completa 60 anos de bons serviços prestados ao lazer do carioca " graças, entre outros, ao arquiteto Affonso Eduardo Reidy e ao paisagista Burle Marx. Dito isso, impressiona que, seis décadas depois, as duas pistas do Aterro sejam mais do que suficientes para dar vazão ao trânsito. É com alívio que, por exemplo, um motorista atravessa Botafogo " um bairro de passagem repleto de consultórios e escolas " e deságua no Aterro. E olha que o projeto inicial previa quatro pistas, um exagero que afetaria o tamanho do restante do parque. Aí entra o mérito de Lota Macedo Soares (1910-1967), arquiteta-paisagista autodidata, que gerenciou sua construção e lutou muito para reduzir as pistas de quatro para duas. Também as transformações que ocorreram na cidade ajudaram a tese de Lota. O engenheiro de transportes William de Aquino lembra, por exemplo, que a construção do metrô foi fundamental para diminuir o número de veículos entre a Zona Sul e o Centro. "A necessidade de ir ao Centro também caiu bastante", diz. A cidade " residências e comércio " cresceu em outras direções, como a Barra e o Recreio. Em tempo: Lota era de tradicional família. Seu pai, José Eduardo de Macedo Soares, fundou, em 1928, o Diário Carioca. Pela redação do jornal, que circulou até 1965, passaram Armando Nogueira, Carlos Castelo Branco, Danton Jobim, Evandro Carlos de Andrade, Jânio de Freitas, Luís Paulistano, Maneco Muller, Pompeu de Souza, Prudente de Moraes Neto e outras feras do jornalismo. Mas isso é outra história.