Justiça manda soltar turnowski, ex-chefe da polícia, acusado de ligação com o bicho

O Tribunal de Justiça do Rio determinou a soltura do delegado Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, acusado de envolvimento com o jogo do bicho. Ele deixou a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, no início da tarde de ontem. O policial estava preso desde 6 de maio, após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) restabelecer sua prisão.
Em sua decisão, o desembargador Marcius da Costa Ferreira, da 7ª Câmara Criminal, destacou a "participação colaborativa" do réu e afirmou que "não houve qualquer episódio noticiado nos autos que demonstrasse que o paciente pretende, de alguma forma, atrapalhar a investigação". "Vale registrar, ademais, que os crimes imputados ao paciente, embora sejam graves e possam estar conexos a outros de natureza diversa, foram cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa", escreveu o magistrado.
Apesar de ter sido solto, Turnowski terá que cumprir algumas restrições. Ele está proibido de acessar as dependências de quaisquer repartições da Polícia Civil ou da Secretaria de Segurança Pública, não pode manter contato com os demais denunciados, nem deixar o país. O delegado teve que entregar o passaporte à Justiça.
Em 9 de setembro de 2022, Turnowski foi preso sob a acusação de atuar como agente duplo em favor dos contraventores Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio, este último assassinado em novembro de 2020. Menos de um mês depois, no dia 30, o ex-chefe de Polícia deixou a cadeia por decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do STF. O delegado sempre negou as acusações.