Futuro do agro: cop30 deve ser palco para boas práticas do produtor brasileiro
O agronegócio brasileiro precisa ser realista, mostrar como a tecnologia aumentou a ...
O agronegócio brasileiro precisa ser realista, mostrar como a tecnologia aumentou a produtividade e o que o setor tem feito para produzir alimentos e energia com preocupação ambiental e social, sem abrir mão de bons resultados econômicos. Também precisa reconhecer falhas e eliminá-las. Para representantes do agro que participaram ontem da quarta edição do Fórum Futuro do Agro, em São Paulo, esses são pontos que o setor precisa levar para os debates da COP30, a Conferência do Clima da ONU, em novembro, em Belém.
A presença do agro brasileiro no maior evento global sobre mudanças climáticas foi tema central do fórum, uma realização da revista Globo Rural em parceria com o Imaflora. Produtores rurais, pesquisadores, empresários e representantes do setor público e de entidades ligadas ao segmento participaram das discussões.
Leonardo Sobral, diretor de florestas da Imaflora, disse que o desmatamento não deveria mais ser assunto de debate. Para ele, o Brasil já deveria ter superado esse problema para avançar na discussão de outros temas importantes.
O professor Ricardo Abramovay, da USP, criticou a ideia de pagar os produtores rurais apenas para que não desmatem:
" O mundo não quer saber mais se o desmatamento é legal ou ilegal. Não se justifica apoiar mais nenhum tipo de desmatamento.
Mas não há agricultura sustentável sem rentabilidade para o produtor, provocou Matheus Vidal, cafeicultor em Minas Gerais. Para ele, só tem sentido produzir se a atividade for ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. A questão é que esse trabalho ainda não resulta em uma remuneração adicional:
" Ainda não vemos retorno financeiro direto. A aposta é de longo prazo.
Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio Amazônia, disse que o setor precisa unificar o discurso. Ele defende o uso da "inteligência de mercado" para promover a agricultura tropical:
" O agro tem que falar inglês, alemão, mandarim. Lamento que, depois que o Brasil foi anunciado como sede (da COP30), não tenhamos estruturado o maior diálogo da história.
Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e enviado do agro para a COP30, acrescentou:
" Queremos sugerir que o planeta faça uma agricultura tropical com consenso, destacando nossa matriz energética complementar e demandando financiamento climático para o país.