Sábado, 12 de Julio de 2025

Eataly deve virar delivery como parte do plano de recuperação

BrasilO Globo, Brasil 9 de julio de 2025

A maioria dos credores da Eataly Brasil aprovou ontem o plano de recuperação judicial do ...

A maioria dos credores da Eataly Brasil aprovou ontem o plano de recuperação judicial do mercado gastronômico italiano, que acumula dívidas de R$ 51 milhões. A proposta discutida em assembleia indica a saída da marca de atual sede, localizada em endereço nobre de São Paulo, e uma operação temporária por 12 meses no formato de dark kitchen, voltada para delivery.
A ata com o resultado da assembleia ainda será protocolada ao processo, que tramita na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Para entrar em vigor, precisará ser homologada pela Justiça após análise de legalidade.
Na reestruturação, a marca propõe a mudança do endereço nobre na Avenida Juscelino Kubitscheck, no Itaim, em São Paulo, que fez da Eataly um símbolo de alta gastronomia italiana na capital paulista. O imóvel funcionava como um mercadão de produtos importados e de primeira linha, onde também chegaram a operar seis restaurantes de alto padrão.
DISPUTA COM CAOA
A saída do imóvel aconteceria após meses de disputa com a proprietária do local, a Caoa Patrimonial, que movia ações de despejo por inadimplência. Com alugueis e IPTU atrasados, a dívida do Eataly com o imóvel já ultrapassa R$ 12 milhões " em fevereiro do ano passado, era de R$ 5 milhões. Os valores foram apresentados pela Caoa durante a Assembleia de Credores.
A nova sede seria "significativamente menor", de acordo com a proposta da Eataly, o que reduziria custos fixos e permitiria maior eficiência operacional. O novo endereço ainda está sendo negociado e seria definido em até 30 dias. A mudança depende também de questões operacionais, incluindo a separação dos bens da Eataly e da Caoa.
Durante os primeiros 12 meses após a homologação do plano, a Eataly apontou aos credores que iria funcionar como uma dark kitchen, em que o atendimento aos clientes acontece somente por meio de delivery em plataformas como iFood e Rappi, além de canais digitais próprios.
Quanto aos pagamentos, o plano previa que os credores trabalhistas receberiam os créditos integralmente, limitados a 150 salários mínimos, em duas parcelas semestrais ao longo de 12 meses após a homologação. A aprovação ocorreu em segunda convocação da assembleia. O ato foi conduzido virtualmente pela administradora judicial do processo.
Diante da pressão financeira e da ameaça iminente de despejo, a Eataly ingressou primeiro com um pedido de Tutela de Urgência Cautelar no ano passado. Em dezembro, entrou com a recuperação judicial, solicitando a suspensão imediata de ações e execuções judiciais contra a empresa.
Em janeiro, a crise se agravou após a franquia brasileira perder o direito de uso da marca Eataly, em decisão que ainda está sob análise.
Inaugurada em 2015 como referência da gastronomia italiana, a Eataly acumulou dívidas elevadas nos últimos anos, agravadas pela pandemia da Covid-19. Apesar de tentativas de reestruturação, incluindo trocas societárias e aportes financeiros de investidores, a operação não conseguiu se manter de pé.
Inicialmente gerida por uma parceria entre investidores italianos e o Grupo St. Marche, a Eataly Brasil foi adquirida em 2022 pela SouthRock, grupo que também operava no país franquias internacionais como Starbucks e Subway. No entanto, uma crise financeira levou a SouthRock à recuperação judicial, obrigando-a a vender a operação da Eataly para o fundo de investimentos Wings no ano passado.
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela