Moody’s sobe nota da argentina em dois degraus
A agência de classificação de risco Moody’s Ratings elevou pela segunda vez neste ano a ...
A agência de classificação de risco Moody’s Ratings elevou pela segunda vez neste ano a nota de crédito da Argentina, citando a redução dos controles cambiais e o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI). A Moody’s subiu a nota do país em dois degraus de uma só vez, de Caa3 para Caa1, colocando a Argentina no mesmo patamar de Egito e Suriname e a apenas um nível de sair da faixa de alto risco de inadimplência.
Mas a perspectiva da nota foi alterada de positiva para estável, indicando que no futuro serão necessários dados econômicos mais favoráveis para que a classificação de crédito do país melhore outra vez.
A Moody’s havia elevado a nota da Argentina para Caa3 em janeiro deste ano " o primeiro upgrade para a segunda maior economia da América do Sul em mais de cinco anos. Na ocasião, a agência melhorou a perspectiva do país de estável para positiva. Em maio, a Fitch Ratings também elevou a nota do país. Já a S&P Global Ratings manteve a sua classificação no início de fevereiro.
A elevação da nota da Argentina pela Moody’s ocorre no momento em que analistas têm elogiado as políticas do presidente Javier Milei para conter a histórica inflação e reverter anos seguidos de déficits fiscais crônicos. A melhora reflete a diminuição do risco de um "calote" do governo, "à medida que a retirada gradual das restrições cambiais permite uma transição para um regime cambial mais robusto, ancorado na construção de reservas internacionais", afirmou a Moody’s em nota.
As políticas de Milei reduziram a inflação mensal para menos de 2%, com a taxa anual atingindo o menor nível desde 2020. O presidente também colocou o país no caminho para registrar superávit primário em 2025, o primeiro em mais de 15 anos, aliviando o peso da dívida. A economia voltou a crescer neste ano, com expansão de 7,7% em abril, acima do esperado, e títulos argentinos em dólar se valorizaram.
Mas analistas financeiros alertam que, apesar do empréstimo recebido após um novo acordo de crédito com o FMI e de um regime cambial mais flexível, Milei e sua equipe ainda precisam acumular mais reservas em moeda forte.
Outra preocupação é se o presidente conseguirá ampliar sua base de apoio no Congresso nas eleições legislativas de meio de mandato, previstas para o final deste ano.
Apesar das elevações este ano, a nota da Argentina ainda está seis degraus abaixo do rating do Brasil (Ba1) na escala da Moody’s.