Jambu desponta e ganha nova demanda com foco na cop 30
Uma hortaliça nativa da Amazônia, o jambu ganha novos usos. As sensações de leve dormência ...
Uma hortaliça nativa da Amazônia, o jambu ganha novos usos. As sensações de leve dormência e tremor causados pela planta e suas flores as levaram para a produção de bebidas, cosméticos e até um extrato que seria afrodisíaco, vendidos no Brasil e já com clientes internacionais. No campo, surge demanda adicional para produtos que serão mostrados na COP 30, a conferência do clima que acontece em novembro em Belém (PA).
Nascido em uma família de pequenos agricultores de Fortaleza, José Erivaldo Macedo trabalha há oito anos cultivando a planta em Castanhal, no Pará, para vender as flores. Macedo investiu em irrigação. Hoje, é dono de uma lavoura de dois hectares totalmente irrigada, que recebeu mais de R$ 200 mil em recursos próprios nos últimos três anos. Inclusive, foi essa estratégia que salvou os cultivos durante as secas severas de 2023 e 2024.
Para ter escala, Macedo não criou uma cooperativa, mas passou a comprar flores de jambu dos pequenos produtores de Castanhal e outros municípios vizinhos:
" Cerca de 15 a 20 famílias entregam matéria-prima. Neste ano, estamos somando 5 toneladas de flores mensais, aumento de 50% comparado ao ano passado.
Do total, uma tonelada por mês é de produção própria. Ele já chegou a produzir de duas a três toneladas mensais, mas o inverno de cada ano vinha acompanhado de uma proliferação maior de pragas. A expectativa para 2025 é dobrar o faturamento do ano passado e alcançar R$ 3 milhões.
" O mercado já estava bom, os clientes estão aumentando pedidos e ideias pensando em produtos para apresentar na COP " conta Macedo.
Na culinária, o jambu está no tacacá e pratos típicos paraenses. Nas bebidas, até o início de agosto, um licor de cacau com jambu deve chegar ao mercado de Belém, produto criado por Tatiana Sinimbu, dona da marca Sinimbu. A bebida é uma das apostas da empreendedora para a COP 30.
Desde 2016, ela trabalha na produção de cachaça, conservas e até um extrato de jambu que pode ser usado na gastronomia, em cosméticos ou direto na pele, com efeito afrodisíaco, segundo a empresária:
" A ideia é trabalhar mais com o mercado internacional.
A sócia-fundadora da loja Flor de Jambu, Carol Vilanova, comercializa mais de 200 produtos feitos de ingredientes da região amazônica. Para este ano, espera faturar R$ 800 mil, 70% a mais frente a 2024:
" O jambu vai ser um dos responsáveis para que os produtos da Amazônia sejam conhecidos mundialmente.
*A jornalista viajou a convite do Cubo Itaú