Luiza trajano defende programas de diversidade
Embora empresas americanas tenham abandonado ou reduzido programas de diversidade, ...
Embora empresas americanas tenham abandonado ou reduzido programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) desde que a agenda conservadora ganhou força nos Estados Unidos, após a eleição de Donald Trump, a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, afirma que não haverá retrocessos nos compromissos da varejista, incluindo a agenda de sustentabilidade. Para ela, mesmo diante de um cenário considerado turbulento, as ações se mantêm firmes e há espaço para novos avanços, a exemplo da lei que estabelece cota mínima de 30% de mulheres em conselhos de administração de empresas estatais e sociedades de economia mista.
" O Magalu respeita dogmas diferentes, mas continua com as suas práticas. Continuamos investindo na igualdade, tendo programa de trainee não só para negros, mas para mulheres, e para homens e mulheres diversos na tecnologia. Também combatemos a violência contra mulheres e crianças " afirmou.
Em entrevista ao GLOBO no Rio Innovation Week, onde participou de dois painéis, a empresária destacou o papel do setor privado no apoio a políticas de saúde preventiva, como a ampliação da vacinação contra o HPV, e ressaltou a importância do SUS, "algo que nenhum país do mundo tem". Na visão da executiva, a sociedade já reconhece os avanços sociais obtidos até então e, por isso, não retrocede:
" Não quero entrar no nível político porque consome energia. Mas o que sinto é que a própria população hoje não aceita discriminação. A vacina ainda enfrenta resistência por um cunho religioso, não quero entrar nisso, mas questões como os direitos das mulheres e dos negros ganham força.
Saúde mental
Para Luiza, a população se cansou da desunião após a pandemia e demonstra mais consciência social, embora mudanças estruturais levem tempo. Ela lembra que, mesmo em um momento mundial considerado desfavorável à agenda progressista, o Congresso aprovou a cota mínima de participação de 30% de mulheres em conselhos de administração. Uma proposta que ela defende há 15 anos, diz:
" Foi nesse "pior momento" que aprovamos isso por unanimidade. Então, tem alguma coisa no ar que está além das vontades de cada um.
À frente do Grupo Mulheres do Brasil, organização suprapartidária dedicada a avanços sociais, Luiza conta que a entidade intensifica ações voltadas à saúde mental, tema que ganhou urgência no pós-pandemia com o aumento de casos de depressão entre jovens.
A executiva destacou ações ambientais do grupo Magalu. Contou que a empresa firmou parceria com 400 escolas da Zona Norte de São Paulo para premiar as que mais arrecadarem tomadas e outros resíduos elétricos descartados de forma incorreta, que poluem os rios.
Perguntada sobre o atual cenário econômico, Luiza criticou o nível dos juros, que, mesmo com mercado de trabalho aquecido e inflação em queda, permanecem altos:
" Sou a primeira a dizer que esses juros de 15% não têm justificativa. Claro que tem o déficit fiscal… Esses juros altos não afetam tanto as grandes empresas como a nossa, mas prejudicam muito as pequenas e médias.
amplo uso da IA
No evento focado em tecnologia, Luiza disse que nãovê a inteligência artificial (IA) como ameaça, mas como ferramenta para impulsionar negócios. Segundo a executiva, todas as áreas do Magalu já usam IA, inclusive a auditoria, com resultados "surpreendentes".
O foco atual, afirmou, é o lançamento da megaloja Galeria Magalu, na Avenida Paulista, em São Paulo, no espaço antes ocupado pela Livraria Cultura no Conjunto Nacional:
" Estamos colocando muita energia nessa loja física que será totalmente diferente. Vai ser a mistura do "físico" com emoção, sentimento, tecnologia e arte. Vamos ter Estante Virtual, a Época (Cosméticos) com um produto que você passa na pele e te fala no e-mail o que você precisa. É a tecnologia encontrando o humano.