Fla está entre melhores defesas e ataques na era dos pontos corridos

Invicto há sete jogos no Campeonato Brasileiro, o Flamengo tem deixado em campo não apenas gols e vitórias que podem levá-lo ao título, mas também números que sugerem que a equipe pode alcançar marcas históricas na era dos pontos corridos. Embalado pela goleada de 8 a 0 sobre o Vitória, o time de Filipe Luís, após 21 rodadas, possui o quarto melhor ataque (2,20 gols por jogo) e a melhor defesa (0,45 gol sofrido por jogo) desde que o torneio adotou o formato atual, em 2003, como mostra levantamento do GLOBO com base em dados da CBF e do site Ogol.
Os números desta temporada fazem o rubro-negro disparar em relação aos concorrentes na atual edição " o Flamengo é a única equipe que aparece no top 5 entre os dois recortes. Para se tornar o melhor ataque da era dos pontos corridos do Brasileirão, será preciso superar o Santos de 2004 (2,24 gols por jogo), o Cruzeiro de 2003 (2,22 gols por jogo), além do próprio Fla de Jorge Jesus em 2019, quando o atual técnico ainda jogava como lateral-esquerdo. Naquele ano, o time teve média de 2,26 gols.
As três equipes foram campeãs nos respectivos anos em que se destacaram no levantamento. Tanto Santos quanto Cruzeiro fizeram mais de 100 gols na temporada, mas também tiveram oito jogos a mais em suas edições, que contavam com 24 times.
Já no setor defensivo, foram nove gols sofridos até o momento, o que deixa a equipe rubro-negra com média mais baixa (0,45 por jogo) do que a melhor das defesas das edições: a do São Paulo, bicampeão do torneio em 2007. O time terminou aquele campeonato com 0,50 gol sofrido por jogo, ou seja, um a cada dois jogos. No entanto, ainda é preciso manter uma regularidade alta, que o Flamengo não conseguiu em anos anteriores. Inclusive, embora mantenha a melhor defesa, foram cinco gols sofridos nos últimos nove jogos, desde a volta da Copa do Mundo de Clubes. Além disso, as recorrentes lesões do lateral-esquerdo Alex Sandro, a demora para Danilo se firmar e a possibilidade de sobrecarga sobre os zagueiros Léo Pereira e Léo Ortiz podem desorganizar o sólido sistema até o fim do ano.
No ataque, as novas peças deram maior consistência e diversidade às ações ofensivas, mitigando a responsabilidade de criação do meia-atacante Arrascaeta. Entre os novos nomes, o ponta-esquerda Samuel Lino desencantou na última partida, apesar de já ser uma das peças importantes como válvula de escape em jogos anteriores.
STJD marca julgamento
Fora de campo, o clube fechou a venda do meia Matheus Gonçalves para o Al-Ahli, da Arábia Saudita, por 8 milhões de euros (R$ 55 milhões).
E o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou para o dia 4 de setembro o julgamento de Bruno Henrique, acusado de beneficiar apostadores ao receber um cartão amarelo, em processo que também corre na Justiça comum. Até lá, o atacante segue à disposição do Flamengo.