Ação da natura sobe 16,46%, maior alta em 5 anos
Em mais um movimento para se desfazer de ativos no exterior, a Natura acertou a venda da ...
Em mais um movimento para se desfazer de ativos no exterior, a Natura acertou a venda da holding Avon International por apenas £ 1 (R$ 7,23), menos que uma passagem de metrô no Rio, para um veículo de aquisição afiliado à empresa Regent. O negócio não inclui o mercado russo da Avon, nem a marca e as operações da Avon para a região da América Latina. A notícia foi bem-recebida pelos investidores. As ações da Natura dispararam 16,46%, na maior alta do papel em cinco anos na Bolsa. Com a alta, a empresa ganhou R$ 2 bilhões em valor de mercado, chegando a R$ 14,2 bilhões. Ainda assim, no ano, o papel acumula queda de 19%.
A transação foi anunciada três dias após a empresa vender operações da Avon em seis países (Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana) por US$ 1. A operação incluía recebíveis de US$ 22 milhões que seriam pagos à empresa. Não é incomum que empresas sejam vendidas por valores simbólicos quando seu nível de endividamento é elevado ou acumulam prejuízo.
A Avon Internacional tem empréstimos com a própria Natura, sua controladora hoje. E, ao lado da Avon Card " cuja venda foi anunciada há três dias " vinha pressionando o desempenho da companhia.
No caso da Avon International, o acordo, firmado com a americana Regent, prevê pagamentos adicionais condicionados a indicadores de desempenho no futuro. Eles serão limitados a £ 60 milhões (R$ 433,8 milhões).
Para analistas do BTG Pactual, a transação marca mais um passo da Natura em seu plano de otimizar operações. A empresa lida com dois grandes desafios desde 2022: o endividamento, que pesou ainda mais porque os juros no mundo subiram, e o enfraquecimento da Avon, que continua com dificuldades de recuperação, tanto fora quanto dentro da América Latina. Por isso, avaliam que faz sentido simplificar operações e focar no que dá mais resultado.