Sábado, 04 de Octubre de 2025

Jornada de trabalho ‘996’ ganha força no vale do silício

BrasilO Globo, Brasil 4 de octubre de 2025

Trabalhar das 9h às 17h é uma forma de ganhar a vida. Mas no Vale do Silício, em meio à ...

Trabalhar das 9h às 17h é uma forma de ganhar a vida. Mas no Vale do Silício, em meio à corrida competitiva da inteligência artificial (IA), o ritmo exaustivo do "996" é visto como o caminho para se destacar " ou, ao menos, para mostrar aos outros que você leva o trabalho a sério.
A combinação numérica é em referência a uma jornada de trabalho com carga horária das 9h às 21h, seis dias por semana, que tem origem nos complexos industriais tecnológicos da China.
Em 2021, um tribunal superior chinês proibiu que empresas obrigassem funcionários a cumprir jornadas de 72 horas semanais. Mas isso não impediu que empresas de tecnologia na Califórnia se inspirassem no modelo.
Algumas empresas já mencionam, nas descrições de vagas, a expectativa de semanas de trabalho com mais de 70 horas. e executivos estariam perguntando a candidatos se estão dispostos a cumprir a carga horária. A Ramp, uma startup de operações financeiras, registrou uma maior parcela de transações com cartão corporativo em São Francisco aos sábados, no primeiro semestre deste ano, em comparação com anos anteriores " o que interpretou como sinal de que as pessoas estão trabalhando mais nos fins de semana.
Embora o termo seja relativamente novo no Vale do Silício, o "996" é uma "versão turbinada de algo que já existe há bastante tempo na indústria de tecnologia", diz Margaret O’Mara, historiadora da Universidade de Washington e autora do livro "O código: as verdadeiras origens do Vale do Silício e do big tech, para além de mitos", lançado no Brasil em 2021. Ela diz que, desde a década de 1960, companhias de tecnologia cultivam culturas de trabalho intensas e com jornadas longas " sendo "casuais à moda californiana" por fora e "workaholics à moda antiga" por dentro.
A ideia de que profissionais de tecnologia se dedicam ao trabalho com intensidade quase religiosa é "parte do DNA da cultura do Vale do Silício", diz Carolyn Chen, socióloga da Universidade da Califórnia em Berkeley.
A cultura da exaustão, ressalta Margaret O’Mara, afasta quem tem outras responsabilidades " como cuidar da família. Ao mesmo tempo, os trabalhadores de tecnologia podem estar se sentindo mais inseguros agora do que em épocas anteriores mais prósperas do Vale do Silício. A indústria de tecnologia " antes conhecida por seus benefícios generosos " endureceu as regras. A era da hard tech chegou ao Vale do Silício, e trabalhar horas insanas (ou ao menos falar sobre isso) faz parte da nova norma.
72
horas semanais de trabalho
É a jornada que tribunal chinês proibiu em 2021 e que agora inspira empresas nos EUA
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