Martes, 07 de Octubre de 2025

Ganhos no tesouro direto deverão ficar mais magros com queda da selic

BrasilO Globo, Brasil 6 de octubre de 2025

O Tesouro Direto oferece atualmente algumas das maiores oportunidades de rentabilidade da ...

O Tesouro Direto oferece atualmente algumas das maiores oportunidades de rentabilidade da última década. No entanto, com a expectativa crescente de que o Banco Central comece a cortar a Taxa Selic no início de 2026, esses retornos podem estar com os dias contados. Enquanto a autoridade monetária mantém a taxa básica em 15% ao ano, o consenso do mercado é que os juros estão próximos ou já no pico do ciclo, e como a projeção de cortes só deve se concretizar quando a inflação estiver na meta, os títulos públicos devem continuar a oferecer taxas muito acima da média histórica.
Analistas avaliam que é bom se apressar para aproveitar o cenário tão lucrativo dos títulos públicos, já que, com a queda da Selic, o movimento desses papéis será mais de queda do que de alta. O Tesouro Prefixado com vencimento em 2028, por exemplo, chega a pagar quase 14% ao ano. Já o Tesouro IPCA+, em prazos mais longos, como 2035 ou 2045, tem retorno real (acima da inflação) superior a 7% ao ano. Em ambos os casos, os níveis estão bem acima do que costumam ficar.
Na prática, isso significa que o investidor que comprar esses papéis agora pode assegurar ganhos robustos, independentemente do que acontecer nos próximos anos. Caso a Selic comece de fato a cair em 2026, quem comprou agora verá seus títulos se valorizarem pela "marcação a mercado", mecanismo pelo qual os preços dos papéis variam diariamente de acordo com as expectativas de juros. O efeito é direto: quando os juros futuros caem, os títulos prefixados e os indexados à inflação (IPCA), comprados anteriormente, ficam mais valiosos, já que oferecem uma taxa maior do que a disponível no mercado naquele momento.
Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, vê uma oportunidade rara:
" O investidor pode travar uma taxa de dois dígitos com risco soberano (o melhor possível). Quando a Selic começar a cair, esses títulos vão se valorizar de forma significativa.
Antonio Patrus, analista da Bossa Invest, diz que "Selic em 15% é excepcional, e o juro de hoje não será o juro do futuro". Para ele, o risco de esperar demais é perder a chance:
" Juros não ficam estacionados. Quando o mercado começar a precificar queda da Selic, os prêmios caem rapidamente. É um movimento que pode acontecer em questão de semanas.
Prefixado ou IPCA+?
Para Lima, os prefixados são a principal aposta para capturar ganhos com a queda de juros. Quando a Selic começar a recuar, quem comprou papéis pagando 13% verá valorização expressiva desses títulos no mercado secundário.
Patrus, porém, destaca o caráter defensivo do Tesouro IPCA+, por garantir, mesmo em cenário adverso, que o investidor preserve poder de compra.
Por isso, gestores recomendam uma estratégia combinada: títulos prefixados para horizontes médios, aproveitando a valorização que terão com queda de juros, e os que oferecem IPCA mais um percentual de retorno para prazos longos, garantido um ganho acima da inflação, faça chuva ou faça sol.
No entanto, vale manter a questão fiscal no radar. Lima resume a equação:
" Enquanto não houver disciplina nas contas públicas, o mercado vai exigir retorno elevado para financiar a dívida. É esse mesmo retorno que hoje aparece nas taxas do Tesouro Direto.
Esse risco, paradoxalmente, reforça a atratividade. Afinal, nunca foi tão fácil para o investidor pessoa física acessar retornos antes restritos a grandes fundos ou investidores institucionais.
Os especialistas recomendam atenção à forma de investir. Fazer aportes periódicos, em vez de aplicar todo o dinheiro de uma só vez, ajuda a diluir riscos. Assim, mesmo que haja oscilações de curto prazo, o investidor consegue capturar uma média de taxas elevadas.
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela