Previsão de inflação cai pela terceira semana seguida

A estimativa do mercado financeiro para o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, divulgada semanalmente pelo Boletim Focus do Banco Central, caiu pela terceira semana consecutiva " de 4,80% para 4,72%.
A projeção média do mercado continua acima do teto da meta de inflação, de 4,5% em 2025, mas a diferença vem diminuindo.
As expectativas do mercado para 2026 e 2027 permaneceram estáveis, em 4,28% e 3,90%, respectivamente " acima do centro da meta, de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância.
Para o economista-chefe da Reach Capital Investimentos, Igor Barenboim, a queda mais acentuada nas projeções reflete a safra brasileira recorde em setembro e a queda no preço do petróleo, atualmente abaixo de US$ 70 o barril, influenciada pelo armistício no Oriente Médio:
" Esse fator reduz significativamente o risco de oferta da commodity. O petróleo está presente desde o fertilizante usado nas plantações até o saco de mercado onde você coloca as compras. Qualquer variação no preço, para mais ou para menos, impacta toda a cadeia de produção e, consequentemente, a inflação.
O resultado do IPCA de setembro, que foi de 0,48%, abaixo do esperado, também contribuiu para a redução das projeções para 2025, diz André Valério, economista sênior do Banco Inter:
" O resultado mostrou que as pressões inflacionárias estão menores do que o mercado esperava.
Além disso, segundo o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, as estimativas para o IPCA de outubro também recuaram após o anúncio da bandeira vermelha patamar 1 " tarifa extra cobrada nas contas de luz quando o custo de geração de energia aumenta:
" Houve uma surpresa relativa, porque a bandeira vinha sendo mantida no patamar vermelha 2, e os sinais indicavam que poderia permanecer nesse nível. Essa mudança acabou jogando para baixo as projeções de outubro.