Eua dizem avançar no diálogo com a china, que envolve soja
Além da primeira reunião pessoal com o presidente Lula, Donald Trump, anunciou uma série ...
Além da primeira reunião pessoal com o presidente Lula, Donald Trump, anunciou uma série de acordos comerciais durante seu primeiro dia de viagem à Ásia, buscando garantir acesso a minerais críticos e ampliar o mercado para produtos agrícolas americanos, antes de uma reunião crucial com o presidente da China, Xi Jinping.
Representantes dos governos de China e EUA tiveram o segundo dia de conversas ontem na Malásia, entre eles o vice-premier chinês, He Lifeng, e o secretário americano do Tesouro, Scott Bessent, que demonstrou otimismo em relação a uma negociação entre as duas maiores economias do mundo. Bessent afirmou que a China concordou em voltar a comprar soja americana.
" Minha mensagem às nações do Sudeste Asiático é que os Estados Unidos estão com vocês 100% e pretendem ser um parceiro e amigo forte por muitas gerações " disse Trump, na reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, da qual participa como convidado.
Isenções prometidas
O presidente americano ofereceu isenções de seu regime de tarifas recíprocas sobre exportações importantes da Tailândia, Camboja, Vietnã e Malásia como parte dos acordos.
A Casa Branca espera que os acordos comerciais estruturais " que devem entrar em vigor nas próximas semanas " reforcem a posição de Trump antes de sua reunião com Xi, prevista para o fim desta semana, na Coreia do Sul. Antes do aguardado encontro, Pequim suspendeu as compras de soja americana e anunciou novas restrições à exportação de minerais críticos, como terras-raras, provocando a ira de Trump.
A China impôs tarifas retaliatórias sobre produtos agrícolas americanos em março, fechando o mercado para a soja americana antes mesmo do início da colheita por lá. No ano passado, o país asiático comprou US$ 13 bilhões em soja americana " mais de 20% de toda a safra " usada na produção de ração animal e óleo de cozinha. Neste ano, pela primeira vez desde 2018, a China deixou de importar soja dos EUA em um mês de setembro. A suspensão das encomendas de soja americana abalou agricultores, parte da base política de Trump.
A insatisfação dessa porção da base de apoio do republicano poderá se agravar por causa da ajuda da Casa Branca à Argentina. Ao mesmo tempo em que o governo Trump negocia uma linha bilionária de apoio financeiro ao governo de Javier Milei, aliado do republicano, a China assinou uma carta de intenção para comprar US$ 900 milhões em soja, milho e óleo vegetal da Argentina " o país vizinho é o terceiro maior fornecedor de soja do mundo, ainda que distante dos dois maiores, Brasil e EUA.
Ontem, após conversas com autoridades chinesas, Bessent, afirmou que a China fará "compras substanciais" de soja americana, um sinal de que as relações entre os dois países estão se aquecendo antes da esperada reunião entre os presidentes das duas maiores economias no mundo.
Se confirmada por Pequim, a promessa de aumentar as compras da matéria-prima dos americanos traria alívio significativo aos agricultores dos EUA, que enfrentam dificuldades financeiras.
Menos enfático, o Ministério do Comércio da China informou, em comunicado, apenas que um consenso inicial foi alcançado sobre diversas questões bilaterais com os EUA, incluindo agricultura.