Jueves, 30 de Octubre de 2025

Aiea não vê indícios de que irã esteja enriquecendo urânio

BrasilO Globo, Brasil 30 de octubre de 2025

Dias após o Irã anunciar oficialmente o fim de todas as suas obrigações sob o Plano de ...

Dias após o Irã anunciar oficialmente o fim de todas as suas obrigações sob o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), o acordo nuclear firmado há dez anos com o aval das Nações Unidas, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse ontem que o país não parece estar enriquecendo urânio, mas confirmou movimentação em suas instalações atômicas.
A medida adotada por Teerã no dia 18 encerrou formalmente a supervisão internacional sobre o programa atômico iraniano e marcou o início de uma nova fase de opacidade e militarização, segundo analistas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS). Imagens divulgadas pelo CSIS na segunda-feira indicam que a decisão vem na esteira dos ataques aéreos lançados por EUA e Israel em junho, que destruíram instalações-chave em Fordow, Natanz e Isfahã " locais onde o Irã enriquecia urânio e processava material metálico para fins nucleares. Imagens de satélite indicam que o programa foi severamente danificado, mas não interrompido.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, negou irregularidades e afirmou que "as imagens de satélite não são suficientes" para definir a finalidade da construção, mas impediu o acesso de inspetores da AIEA " o que alimenta dúvidas sobre atividades clandestinas de enriquecimento de urânio.
" Temos informações limitadas porque nossa presença lá está reduzida. Mas estamos realizando inspeções no Irã, ainda que não em todos os locais que deveríamos " disse Grossi ontem, na ONU. " E, quanto ao que observamos, não vimos nada relevante que justifique suspeitas de trabalho nuclear significativo. O movimento que notamos é apenas o normal. Grandes instalações industriais têm caminhões, pessoas, atividades logísticas, mas nada que indique movimentação de material nuclear ou de centrífugas.
Após os ataques, Teerã intensificou as obras na Montanha Kolang Gaz La, perto de Natanz. Imagens mostram novos túneis, muros de segurança e portais subterrâneos, levantando suspeitas de que o Irã esteja aprofundando suas operações no subsolo.
cientistas assassinados
Em setembro, Grossi anunciou um novo acordo de cooperação que incluiria "todas as instalações e infraestruturas" do país, mas o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, deixou claro que o tratado não daria acesso aos inspetores ONU.
Especialistas avaliam três possibilidades: a reconstrução da sala de montagem de centrífugas, destruída em 2020; a transferência de atividades metalúrgicas antes realizadas em Isfahã e a criação de uma nova instalação secreta de enriquecimento, capaz de processar urânio até o nível militar de 90%.
Além da destruição física, os ataques atingiram a estrutura científica do programa nuclear iraniano. Israel afirma ter eliminado diversos cientistas nucleares, incluindo nove engenheiros envolvidos em pesquisas estratégicas.
*Reportagem realizada
durante a Dag Hammarskjöld
Fellowship.
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