Com grupo da copa quase pronto, buscas por laterais e por um 9 clássico viram drama
Gargalo na seleção
Gargalo na seleção
Com poucas novidades, a convocação de Carlo Ancelotti para os amistosos contra Senegal (dia 15, em Londres) e Tunísia (dia 18, em Lille) começa a ganhar contornos de reta final, a começar pelo próprio aviso do treinador de que não voltará a escalar duas equipes distintas em cada compromisso da data Fifa. O objetivo agora é refinar o time e testar alternativas em cima da mesma base. E com o grupo da Copa ganhando corpo, as principais dúvidas ficam mais evidentes: laterais e um camisa 9.
Para o ataque, a aposta da vez é Vitor Roque. Por suas características, pode entrar na briga com Matheus Cunha e João Pedro, os que mais se adequaram ao esquema do italiano pela movimentação e dedicação tática. Com o diferencial de que o palmeirense de 20 anos vive grande fase como jogador decisivo: são 13 gols e cinco assistências nos últimos 19 jogos " mais especificamente desde que Abel Ferreira oficializou sua dupla com Flaco López, sendo o brasileiro o atacante de mobilidade.
Elogios a Pedro
Independentemente de o esquema privilegiar um atacante mais móvel, Ancelotti quer um centroavante clássico. E aqui reside sua busca mais dramática. O italiano não poupou elogios a Pedro, do Flamengo, dando a entender que o convocaria caso ele não tivesse fraturado o antebraço, e que pode chamá-lo em março.
Foi com este argumento que ele defendeu mais uma convocação de Richarlison. Embora não tenha se saído bem em nenhuma das oportunidades recentes, o atacante do Tottenham ainda é lembrado pela boa atuação na Copa do Catar.
" Estamos avaliando com a comissão técnica o centroavante com um perfil diferente dos que estão nessa convocação. Por exemplo, diferente de João Pedro, Matheus Cunha ou Vitor Roque, que gostam de jogar com a bola, mas não têm o perfil de referência na área. Richarlison tem esse perfil " explicou o técnico.
Assim como Pedro, Igor Jesus foi citado por Ancelotti, que chegou a destacar suas atuações mais recentes pelo Nottingham Forest. Ainda assim, foi ele quem ficou de fora para abrir espaço para Vitor Roque, e não Richarlison.
" Igor também (tem esse perfil). Estamos felizes por ele estar bem lá no Nottingham Forest. Pedro também tem o perfil. Infelizmente, se lesionou. Podia ser uma boa oportunidade para ele. Que ele possa se recuperar bem e estar na convocação. Estamos procurando um atacante central com esse perfil. Richarlison, agora, não está jogando muito, mas, como centroavante, já marcou muitos gols pela seleção.
As buscas pelo ataque só não estão mais abertas do que nas laterais. É da esquerda que vem a maior novidade da lista: Luciano Juba, do Bahia. Mais uma vez, foram chamados três nomes para a posição (Caio Henrique, do Monaco; e Alex Sandro, do Flamengo, são os outros). De certa forma, o mesmo se pode dizer em relação à direita, com Wesley, da Roma, Paulo Henrique, do Vasco, e Danilo, do Flamengo, que atua tanto como zagueiro quanto como lateral.
Recado a Neymar
A convocação dos dois rubro-negros joga luz para a falta de uma definição no setor a sete meses da Copa. Em meio a testes, Ancelotti mostra que a tendência na Copa é recorrer a jogadores que, mesmo não vivendo seus melhores momentos, contam com sua confiança pela experiência com a camisa da seleção e no futebol internacional.
" O Alex Sandro é um lateral de experiência, tem personalidade. Quando está em um bom nível físico, é um dos melhores disponíveis. Danilo é diferente: vejo como o único defensor brasileiro que pode cobrir as quatro posições. Pode jogar de lateral-direito, lateral-esquerdo e nas duas posições de zagueiro. O que eu gosto dele é a experiência e a liderança " pontuou o italiano.
Nos outros setores já não parece haver grandes dúvidas. Assim como também não há em relação a Neymar. Fora por mais uma lesão, o craque em decadência física só irá à Copa se reverter este declínio.
" Pode ser que eu leve um jogador sem intensidade para jogar o primeiro ou o segundo jogo. Mas não vou chamar um que não pode ter intensidade para todo o Mundial. Precisamos de jogadores fisicamente num nível top " disse o treinador ao responder uma pergunta que não era específica sobre Neymar, mas que descreve seu momento.