Julgamento de bruno henrique será retomado na quinta-feira
A saga ainda não acabou. O julgamento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, no Pleno do ...
A saga ainda não acabou. O julgamento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi suspenso após um dos auditores pedir vista, quando a votação estava 1 a 0 pela absolvição do jogador. A audiência será retomada na quinta-feira. Bruno é acusado de envolvimento com um esquema de apostas.
Durante o julgamento, o procurador Eduardo Araújo Rocha Ximenes pediu que o jogador fosse enquadrado no artigo 243 ("atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende"), e não no 243-A ("atuar de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida"). A diferença é que o primeiro artigo prevê suspensão entre 180 e 720 dias. A multa iria de R$ 100 a R$ 100 mil.
A resposta da defesa do jogador foi a de que o clube não se sentiu prejudicado pelo cartão amarelo recebudo em um jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Segundo o advogado Michel Assef, forçar a suspensão no jogo seguinte (contra o Fortaleza) era uma estratégia para a presença do jogador estar garantida ao enfrentar o Palmeiras, na rodada seguinte. Por isso, o argumento é de a que não houve informação privilegiada, por ser uma situação rotineira no futebol.
Após as exposições, o relator Sérgio Henrique Furtado Coelho Filho votou pela absolvição de Bruno Henrique no artigo 243-A e condenação no artigo 191, inciso III, do CBJD. A pena pedida por ele foi de multa de R$ 100 mil. Na sequência, o auditor Marco Aurélio Choy pediu vista, e o julgamento foi suspenso.
Bruno Henrique foi condenado em primeira instância, no início de setembro, a cumprir 12 jogos de suspensão e pagar multa de R$ 60 mil por forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores em 2023. A defesa recorreu e ele vem atuando sob efeito suspensivo.
A defesa se mostrou satisfeita com o voto do relator.
" Forçar o cartão amarelo não é ilegal, é jogar com as regras do jogo. Não pode se dizer que é uma atitude contra a ética esportiva " disse Assef.
Sem prescrição
O julgamento começou com a leitura do relatório pelo auditor relator Sérgio Henrique Furtado Coelho Filho. O procurador Eduardo Araújo Rocha Ximenes sustentou a tese de acusação. Inicialmente, ele negou que houve prescrição, mesmo que o jogo em questão tenha acontecido em novembro de 2023. Seu principal argumento é que o Tribunal só abriu inquérito em maio de 2025, e só teve acesso às provas apresentadas pela Polícia Federal no final de junho. (D.F.)