Jueves, 13 de Noviembre de 2025

Rioprevidência investiu em fundo de ações da ambipar

BrasilO Globo, Brasil 13 de noviembre de 2025

O Rioprevidência, que gere os recursos que pagam aposentadorias e pensões de mais de 235 ...

O Rioprevidência, que gere os recursos que pagam aposentadorias e pensões de mais de 235 mil servidores públicos estaduais, investiu R$ 100 milhões num fundo composto em 96% por ações da Ambipar. Em crise financeira, a empresa de gestão ambiental está em recuperação judicial. A carteira aportada pelo fundo de pensão é administrada pelo Banco Master, instituição financeira também em crise.
As informações constam em relatório do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) que embasou, no mês passado, determinação unânime dos conselheiros para que o Rioprevidência se abstenha de realizar novos investimentos em instrumentos financeiros emitidos, administrados ou geridos por empresas do conglomerado liderado pelo Banco Master e outras instituições financeiras que "não atendem aos princípios de segurança, proteção e prudência financeira".
O fundo público de pensão tinha R$ 960 milhões, cerca de 10% de seu patrimônio, alocado em letras financeiras do Master, títulos sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Em maio, após técnicos do TCE encontrarem "graves irregularidades" nas aplicações, a Corte fez um alerta aos gestores do fundo de pensão, informando que novas operações resultariam "na integral assunção do risco de possíveis irregularidades pelo Rioprevidência e por seus agentes, pessoalmente".
Ainda assim, nos últimos meses o fundo de pensão fluminense investiu cerca de R$ 1 bilhão no Master, segundo monitoramento do TCE.
Os investimentos do Rioprevidência no fundo Texas 1 FIA, composto essencialmente por ações da Ambipar e gerido pelo Master, aconteceram em duas remessas de R$ 50 milhões cada nos dias 4 e 26 de junho de 2025, cerca de dois meses antes de vir a público a crise financeira da Ambipar.
No dia 25 de setembro, a empresa conseguiu na Justiça proteção contra credores em meio a dívidas de R$ 10 bilhões. Cerca de um mês depois, em 21 de outubro, a empresa entrou com o pedido de recuperação judicial. A solicitação foi aceita no dia 30. Do despontar da crise até o fechamento do mercado ontem, as ações da empresa amargam desvalorização de 97%.
Para a relatora do caso no TCE, conselheira Mariana Montebello Willeman, os aportes configuram "concentração típica de ‘monoação’ e incompatível com os princípios de diversificação e proteção".
"Registra-se, ademais, que o fundo e seus entes relacionados figuraram em processo sancionador na CVM associado à manipulação de mercado envolvendo as ações da Ambipar (AMBP3) em 2024, com forte oscilação de preços no curto período. O resultado não tardou: em um mês, o investimento do Rioprevidência caiu de R$ 100 milhões para R$ 75,75 milhões (DAIR de julho/2025), materializando o risco específico extremo assumido", afirma a conselheira em seu relatóri.
Balanço adiado
O Rioprevidência e o Banco Master foram procurados, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição. Já a Ambipar afirmou que não comentaria o assunto.
Na terça-feira, a empresa de gestão ambiental adiou a divulgação de seu balanço financeiro, prevista para ontem, sem fornecer nova data:
"O adiamento decorre, principalmente, do processo de recuperação judicial da companhia (…), que impactou a conclusão dos trabalhos de revisão, pela companhia, seus assessores e auditores independentes, das informações financeiras e contábeis".
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