Azteca, uma lenda do futebol em sua terceira copa
O Estádio Azteca vai escrever, em 11 de junho de 2026, um capítulo que nenhum outro palco do ...
O Estádio Azteca vai escrever, em 11 de junho de 2026, um capítulo que nenhum outro palco do futebol mundial possui. Quando a bola rolar para o jogo de abertura da Copa do Mundo, a arena da Cidade do México se tornará a primeira da História a sediar três edições do Mundial.
Inaugurado em 1966, o Azteca já foi cenário de duas das Copas mais icônicas: 1970 e 1986. Em ambas, recebeu a abertura e a final, um privilégio que imortalizou o estádio como o templo onde Pelé se consagrou tricampeão e Maradona desenhou seu próprio mito. Agora, 40 anos após seu último Mundial, volta ao centro da cena em um torneio que terá México, Estados Unidos e Canadá como anfitriões.
Em 1970, mais de 107 mil torcedores testemunharam o Brasil de Pelé derrotar a Itália por 4 a 1 e conquistar de forma definitiva a Taça Jules Rimet. Naquele gramado, Carlos Alberto Torres marcou um dos gols mais emblemáticos da história das Copas, após uma trama coletiva que sintetizou a genialidade daquela seleção.
Em 1986, a "mão de Deus"
Dezesseis anos depois, o Azteca voltou a ser o centro do mundo com uma edição marcada por extremos: da festa mexicana à genialidade solitária de Diego Maradona. Foi ali que o argentino marcou o famoso gol da "mão de Deus" e, quatro minutos depois, o "gol do século", em que percorreu metade do campo driblando seis ingleses. Na final, diante de 114 mil pessoas, a Argentina bateu a Alemanha e selou mais um capítulo eterno.
Ao todo, o estádio já recebeu 19 partidas de Copa do Mundo, além de jogos dos Jogos Olímpicos de 1968. Casa de clubes gigantes como América e Cruz Azul " adversário do Flamengo na próxima quarta-feira, pela Copa Intercontinental, no Catar ", o Azteca pertence ao imaginário do futebol global como poucos lugares.
A Copa de 2026, a primeira com 48 seleções, devolverá ao Azteca uma aura que, por muito tempo, parecia reservada ao passado. O estádio receberá cinco partidas ao longo do torneio:a abertura, entre México e África do Sul, no dia 11, o terceiro jogo da seleção local, contra um adversário que virá da repescagem europeia, no dia 24, mais um jogo da fase de grupos e dois nas fases seguintes, nos dias 30 de junho e 5 de julho.
Além da marca a ser atingida pelo Estádio Azteca, a própria seleção mexicana também ganha uma estatística única: passa a ser a mais frequente em jogos de abertura de Copas, com cinco presenças: 1950, contra o Brasil (derrota por 4 a 0), no Brasil; 1958, contra a Suécia, na Suécia (derrota por 3 a 0), 1970, em casa, contra a União Soviética (empate em 0 a 0), e contra a mesma África do Sul, na África do Sul, em 2010 (empate em 1 a 1). Será, também, a primeira vez em que se repetirá um jogo de abertura de uma Copa do Mundo. O feito é relevante também porque o México jamais foi campeão de uma Copa, e houve uma época em que o torneio seguinte começava com uma partida do campeão anterior. Isso levou seleções como Brasil e Alemanha a jogar várias aberturas de Copas. As duas dividem, hoje, o posto com o México, com quatro jogos iniciais cada.