Com orçamento apertado, vasco monta elenco
Por um 2019 enxuto
Por um 2019 enxuto
O departamento de futebol do Vasco terá de se desdobrar para concretizar o desejo de Alexandre Campello em 2019: fazer mais com o mesmo. A folha salarial prevista de cerca de R$ 3 milhões passa longe daquelas que disputam títulos no futebol brasileiro, e o dirigente sabe disso. Mas para não repetir a campanha fracassada de 2018, em que o time brigou para não ser rebaixado até a última rodada, a diretoria aposta em jogadores que ofereçam melhor relação custo-benefício.
Serão cinco ou seis reforços " os dois mais próximos são o lateral-esquerdo Danilo e o meia Bruno César. Ambos deverão vir sem custos: o primeiro emprestado pelo Atlético-MG; o segundo, após rescindir com o Sporting, de Portugal. Além deles, o clube procura lateral-direito e atacante que jogue pelos lados do campo. Sem apressar as negociações, Campello prevê que o elenco se reapresentará em janeiro 90% fechado.
" O ideal era investir mais no futebol, mas vamos manter a austeridade. Em algum momento, o Vasco teria de passar por esse sacrifício. Neste sentido, era melhor que tivéssemos folha salarial ainda menor, mas vamos manter o investimento com um melhor aproveitamento desses valores " explicou o presidente.
A saída de jogadores como Fabrício, Giovanni Augusto e Kelvin abrirá espaço na folha salarial para que reforços sejam contratados, acredita o presidente. Ainda assim, o elenco não será fechado tão cedo. O Campeonato Estadual servirá de laboratório para que o clube realize ajustes antes do Brasileiro e das fases mais avançadas da Copa do Brasil, principais objetivos do Vasco no ano.
Proposta só por Martín
Estão na mira do Vasco, além de Danilo e Bruno César, o lateral-direito Cáceres, do Cerro Porteño, o volante Jhonny Lucas, do Paraná, e o meia Guerra, do Palmeiras. O primeiro é representado por Régis Marques, agente com bom trânsito em São Januário, responsável pela carreira de jogadores como Martín Silva e Julio dos Santos. Ele é irmão de Victor Cáceres, paraguaio que jogou pelo Flamengo entre 2012 e 2015, e deve vir por empréstimo por uma temporada.
Outro que interessa é Jhonny Lucas, do Paraná. O garoto de 18 anos, titular da seleção brasileira sub-20, é a única contratação em que o cruz-maltino está disposto a dar uma contrapartida para que aconteça " seja em dinheiro, seja no repasse de jogadores em troca. O clube paranaense insiste em negociar a revelação para o futebol europeu. Se não conseguir, a mudança para o Vasco tem boas chances de acontecer.
Guerra também está na mira. O venezuelano foi pouco utilizado pelo Palmeiras na temporada e está disposto a buscar novos ares em 2019, por mais minutos em campo. Intermediários já entraram em contato com representantes do jogador. A negociação, entretanto, ainda está em estágio inicial.
Quanto às saídas, Alexandre Campello afirmou que apenas Martín Silva, do elenco principal, recebeu proposta para deixar o clube até o momento. O dirigente destacou que, se a oferta do Libertad chegar aos termos que o Vasco deseja, o jogador será negociado " as bases salariais oferecidas ao goleiro foram vantajosas, e o uruguaio já sinalizou a vontade de deixar São Januário.
Caso ele saia, a diretoria deverá partir atrás de um jogador para a posição. Por enquanto, o setor que não preocupa é a defesa. Leandro Castan, que foi sondado pelo Corinthians, deve ficar.
" Castan é assunto superado. É jogador do Vasco e tem contrato até 2019. O representante dele falou do interesse do Corinthians, parece que de fato ele existia, mas não houve proposta " afirmou Campello.
O dirigente ainda revelou que o Vasco recebeu propostas por jogadores da base, mas que os valores não interessaram, e o clube optou por não abrir negociação.
Ultimato a coringa
Uma das poucas renovações que a diretoria tentou, a de Luiz Gustavo, parece ter acabado com a paciência de Campello. O dirigente não engoliu bem o silêncio do jogador e de seu empresário depois de fazer uma contraproposta para renovar seu contrato com o Vasco. Segundo ele, as portas do clube ainda estão abertas, mas o planejamento para 2019 segue sem que o jogador esteja inserido nele.
Luiz Gustavo, que atuou como zagueiro e lateral-direito na temporada, teve destaque pela entrega em campo, ganhou o carinho da torcida e recebeu proposta de aumento salarial de 30%, o que não foi suficiente para fechar com o clube.
" Aguardamos um tempo para ele responder, mas não houve resposta. Vamos seguir o planejamento. Se não respondeu, entendemos que não quer permanecer. Pode ser que o jogador mude de opinião. É um nome que interessa, realizou bom trabalho " disse Campello.
Outro revés que o Vasco teve até agora ocorreu na negociação por Gino Peruzzi. O Boca Juniors pediu dinheiro para liberar o lateral-direito, o que fez o clube de São Januário recuar.