Homenagem aos meninos mortos une arquibancada

Eles não estavam em campo, mas foram os mais celebrados pela torcida do Flamengo. As homenagens aos "garotos do Ninho", mortos na última sexta-feira em um incêndio, se compararam às feitas aos grandes ídolos do clube: bandeiras e escalação no canto da torcida para cada uma das dez vítimas, que provocaram forte emoção quando tiveram imagens exibidas no telão do estádio.
" Ôôôôô, garotos do Ninho! " repetiam os torcedores.
A torcida entoou a plenos pulmões o hino do clube para, já aquecida, cantar a música em homenagem aos meninos, com melodia da canção "Azul da cor do mar", de Tim Maia.
O cerimonial envolvendo os jogadores do time principal (cada um usou uma camisa com o nome de uma das vítimas nas costas) foi a parte menos significativa. Eles entraram junto aos atletas do Fluminense e se renderam ao papel de coadjuvantes da noite.
A torcida do Fluminense cantou a música "A benção, João de Deus". Em um primeiro momento, houve vaia dos rubro-negros, que depois pareceram entender como homenagem.
Antes de a bola rolar, o minuto de silêncio foi respeitado. Em campo, balões foram jogados ao vento. Aos dez minutos, a homenagem se repetiu, com as luzes dos celulares acesas e o novo "hino" cantado mais uma vez.
sobrevivente no estádio
Cauan Emanuel, primeiro sobrevivente a ter alta, acompanhou o jogo no Maracanã e teve um encontro com o técnico da seleção brasileira, Tite. Familiares de outras vítimas, como Andreia Cândido, mãe de Christian Esmério, e Francisco Pereira, pai de Francisco Dyogo, que está internado, também foram ao estádio.
Enquanto as homenagens se sucediam, o Flamengo confirmou mais uma: ao Vasco. O clube exibirá em seu museu, na Gávea, uma reprodução da camisa que o rival vestiu na véspera, na outra semifinal, com uma bandeira do rubro-negro e a frase "Em frente, juntos".