‘Toy boy’ é trama policial de gosto duvidoso
Crítica
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Lançamos esta semana no site (patriciakogut.com) uma seção com dicas de programação para esses tempos de pandemia e reclusão. A chamada fica na nossa capa. Quem entrar por ali pode se aprofundar na navegação até achar algo que lhe agrade. Dito isso, vamos ao assunto de hoje, a série espanhola "Toy boy". Produção da Antena 3 (a mesma de "Casa de papel"), ela chegou à Netflix sem alarde, mas virou assunto frequente nas redes sociais. Daqui para a frente, tem spoiler.
Jesús Mosquera vive Hugo Beltrán, o protagonista. Com três amigos, forma um grupo inseparável de strippers que se apresenta em festas de mulheres ricas em Marbella. A atividade profissional deles é um pretexto para muitas cenas feéricas de dança ao som de uma trilha em perfeita sintonia com o duvidoso padrão estético reinante. Em outras palavras, a série tem um pé, quiçá os dois, na "menudolândia" e será considerada cafona por muitos.
Apesar disso tudo, já no primeiro episódio (são 13, de quase uma hora) fica claro que o mundo dos gogoboys é só um cenário. Seguimos aqui uma aventura policial. Hugo se envolve com uma mulher casada e mais velha do que ele, Macarena (Cristina Castaño Gómez). Uma noite, ela o convida para sair, os dois bebem, fazem sexo grupal e ele apaga. Acorda em seu barco, sem saber o que houve. No convés, há um cadáver em chamas. O rapaz é preso e passa anos na cadeia até conseguir liberdade condicional. Sua saga para provar a inocência é o motor da história. "Toy boy" é cheia de manobras previsíveis de roteiro, mas prende a atenção de quem estiver procurando algo sem pretensões.