Biden defende aumento de impostos para empresas
O governo de Joe Biden revelou ontem detalhes de sua proposta de reforma tributária, que inclui ...
O governo de Joe Biden revelou ontem detalhes de sua proposta de reforma tributária, que inclui aumentos dos impostos das empresas, com o objetivo de ajudar a financiar a agenda econômica da Casa Branca. O plano, descrito em um relatório do Departamento de Tesouro, esvazia, no entanto, a proposta de um imposto mínimo global, ao aplicar essa taxa a menos de 50 corporações multinacionais.
Biden defendeu o plano em um discurso no qual questionou republicanos que têm criticado os aumentos de impostos e disse que está "farto de ver pessoas comuns sendo roubadas". Ele afirmou estar disposto a discutir as melhores formas de financiamento do pacote de infraestrutura de US$ 2,3 trilhões apresentado na semana passada, mas ressaltou que sua aprovação pelo Congresso é "inevitável".
" Não estamos abertos a não fazer nada. A inação simplesmente não é uma opção.
O democrata disse que nenhum americano que ganhe menos de US$ 400 mil anuais pagará mais taxas. Ele justificou o aumento de impostos para as empresas chamando a atenção para o fato de que eles permanecerão em patamar inferior à alíquota cobrada até 2016. Em 2017, o então presidente Donald Trump diminuiu os impostos corporativos de 35% para 21%. A nova proposta os fixa em 28%
" Todos concordamos há cinco anos que deveriam cair para 28%, mas eles [os republicanos] os reduziram para 21%. Vamos aumentá-los novamente para 28%. Ninguém pode reclamar disso " disse Biden. " Onde estava a indignação na época? Não estou tentando punir ninguém, mas, droga, talvez seja porque venho de um bairro de classe média, estou farto de ver pessoas comuns sendo roubadas.
Prevê-se que os aumentos de impostos, se aprovados, gerem uma receita de US$ 2,5 trilhões em 15 anos " cerca de 10% a mais do que o custo do plano de infraestrutura, descrito pelo governo como o maior investimento para a criação de empregos desde a Segunda Guerra Mundial.
O plano também reprime a capacidade de grandes corporações de transferir lucros entre países em seus balanços em busca de impostos mais baixos. O financiamento do pacote inclui um novo imposto mínimo global e penalidades severas para empresas que tentarem transferir lucros dos EUA para paraísos fiscais. Essas empresas não seriam mais capazes de usar incentivos fiscais para eliminar completamente seus impostos federais e teriam que pagar pelo menos 15% sobre o lucro reportado em suas demonstrações financeiras, conhecido como lucro contábil.
A proposta dessa taxa, no entanto, foi esvaziada no plano do Departamento do Tesouro. Agora, ela se aplicaria apenas a empresas que faturam pelo menos US$ 2 bilhões anuais, em vez de um piso de US$ 100 milhões, como estava previsto no plano tributário da campanha de Biden. Cerca de 45 empresas pagariam o novo imposto, informou o relatório.