Imagens de satélite mostram expansão ao longo dos anos em Rio das Pedras, onde prédio desabou
Agência O Globo -
RIO - A combinação da atuação de milícias — que chegam a erguer prédios de vários andares sem qualquer fiscalização — com a ocupação de terrenos instáveis ou áreas de proteção ambiental, dizem especialistas, é a bomba relógio que pode fazer com que desabamentos como o da Muzema, que matou 24 pessoas em 2019, e o desta quinta-feira, em Rio das Pedras, se repitam e continuem ceifando vidas
Agência O Globo -
RIO - A combinação da atuação de milícias — que chegam a erguer prédios de vários andares sem qualquer fiscalização — com a ocupação de terrenos instáveis ou áreas de proteção ambiental, dizem especialistas, é a bomba relógio que pode fazer com que desabamentos como o da Muzema, que matou 24 pessoas em 2019, e o desta quinta-feira, em Rio das Pedras, se repitam e continuem ceifando vidas. Na Zona Oeste do Rio, essa expansão descontrolada fica evidente se comparadas imagens de satélite feitas em 2003 e em 2020, que mostram onde as construções avançam.
Diz testemunha: Prédio que caiu em Rio das Pedras não teve construtora, engenheiro nem arquiteto
E o fenômeno não se restringe às duas favelas que viveram tragédias recentes: é o mesmo em áreas como a Tijuquinha, no Itanhanguá, e o Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Professor do departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio e autor de um livro sobre Rio das Pedras, Marcelo Burgos é enfático sobre o que aconteceu na favela, resultando na morte de pai e filha.
— Não se pode chamar de tragédia nem de acidente. É uma configuração que tende a causar muitos ocorridos semelhantes. Temos uma ocupação que foi se adensando e se verticalizando sem regulação, ainda que haja um ar de formalidade, com corretoras e imobiliárias — critica. — Nada do que acontece em Rio das Pedras foge do controle da milícia. Isso tudo só é possível com uma articulação até mesmo política por trás.
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