Em meio à crise na cbf, liga de clubes se move nos bastidores

Com a promessa de substituir as séries A e B do Campeonato Brasileiro, a Liga de Clubes parece ter esfriado nas últimas semanas, desde o anúncio de sua criação, no meio de junho. Mas essa sensação, segundo os envolvidos, é proposital. Após crise na CBF e desentendimentos entre os presidentes de clubes, os organizadores preferiram sair dos holofotes e agir nos bastidores. A Liga já está com toda a estrutura organizada, aguardando o aval dos cartolas.
O grupo organizado para a criação das regras estatutárias já finalizou o trabalho. A proposta que será levada aos dirigentes é a de que seja criada uma associação, com possibilidade de virar empresa posteriormente. De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, algumas questões envolvendo os estatutos dos clubes impedem que uma empresa seja fundada logo de partida.
A sugestão é que um CEO faça a gestão da associação com o auxílio de diretores que controlarão áreas específicas. Outro ponto é que esses profissionais sejam do mercado e não tenham ligação com os clubes, para evitar brigas por poder que podem colocar o projeto em risco.
E elas já aconteceram. Tanto que as reuniões mensais, por enquanto, estão suspensas. A última terminou em confusão. Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, e Mario Celso Petraglia, do Athletico, discutiram em uma reunião virtual.
A ideia é acalmar e unir os presidentes dissidentes entre os 40 clubes das séries A e B do Brasileiro. Os dirigentes vão precisar se alinhar sobre divisão de direitos, sobretudo os de transmissão. O temor é uma desmobilização entre eles.
Ontem, a Comissão de Ética da CBF suspendeu preventivamente Rogério Caboclo por 60 dias, segundo informou Lauro Jardim, após denúncia de assédio moral pelo diretor de Tecnologia da Informação da entidade. Na semana passada, Caboclo já havia sido punido pela Comissão de Ética com 15 meses de afastamento da presidência da CBF por "conduta inapropriada".