Jueves, 26 de Junio de 2025

Preso por morte de investidor transportava drogas da Maré para a Região dos Lagos, diz polícia

BrasilO Globo, Brasil 22 de octubre de 2021

Agência O Globo -
Preso por participação na morte do investidor Wesley Pessano, ocorrida no dia 4 de agosto, Luiz Fillipe Vieira Cherfan Tavares, conhecido como Branquinho ou Playboy, é apontado pela polícia como uma espécie de faz-tudo de Thiago da Silba Folly, o TH, que comanda a venda de drogas em grande parte do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio

Agência O Globo -
Preso por participação na morte do investidor Wesley Pessano, ocorrida no dia 4 de agosto, Luiz Fillipe Vieira Cherfan Tavares, conhecido como Branquinho ou Playboy, é apontado pela polícia como uma espécie de faz-tudo de Thiago da Silba Folly, o TH, que comanda a venda de drogas em grande parte do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Segundo os investigadores, Luiz Fillipe prestava diversos tipos de serviço para o chefe do tráfico, como o de segurança e também transportando entorpecentes, inclusive em uma rota na qual buscava drogas na Maré e levava para a Região dos Lagos. Pessano morava em Cabo Frio e foi assassinado na cidade vizinha de São Pedro da Aldeia, ambas na mesma parte do estado, enquanto guiava um Porsche avaliado em mais de R$ 440 mil.
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Embora tenha sido preso em uma casa na Ilha do Governador, também na Zona Norte da capital, Luiz Fillipe chegou a passar, após o crime, um período na Vila do João, uma das comunidades da Maré controladas por Thiago. A polícia acredita que ele se valeu das estreitas relações com TH para ser autorizado a se esconder dentro da favela depois que a morte de Pessano ganhou enorme repercussão.
Apesar da proximidade de Luiz Fillipe com traficantes, em especial o próprio Thiago, a Polícia Civil descarta, até o momento, a hipótese de que a execução do investidor tenha alguma relação com a venda de drogas. Para a 125ª DP (São Pedro da Aldeia), que investiga o homicídio e deu apoio à Delegacia de Repressão a Entorcepentes (DRE) na prisão de Luiz Fillipe, o suspeito também prestava serviço a outros grupos e foi contratado por terceiros para participar do assassinato. Até então, ele não tinha nenhuma passagem pela polícia.
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Ainda não se sabe o que teria motivado o crime, mas uma das linhas com a qual trabalha a Polícia Civil é a possibilidade de que a vítima tenha sido morta a mando de outros empresários do ramo em Cabo Frio, em uma disputa de mercado, já que a cidade virou uma espécie de polo de investimentos em criptomoedas, com promessas de lucros exorbitantes mediante estes tipos de transação. Nos últimos meses, várias dessas empresas fecharam as portas ou pararam de pagar rendimentos aos clientes. O caso mais emblemático é o da GAS Consultoria, do ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos bitcoins", preso desde o fim de agosto sob a acusação de simular operações com criptoativos para mascarar uma pirâmide financeira bilionária.
Até agora, a Polícia Civil prendeu sete de oito suspeitos de ligação com o homicídio de Pessano. Além de Luiz Fillipe, apontado como um dos executores, também estão atrás das grades Gingler Lopes Lima, Roberto Silva Campanha e Edson da Costa Marinho, localizados na semana seguinte ao crime, e Bruno Louzardo Sabajes, Thiago Galdino e Valder Janilson Chaves dos Santos, detidos no início de setembro. O último foragido associado ao caso é Fabio Natan do Nascimento.
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Todo o grupo foi identificado a partir de análises de imagens de câmera de segurança e de quebra do sigilo telefônico autorizada pela Justiça. Fabio, conhecido como FB, é tido como o responsável por arquitetar o plano, colocando os outros participantes do crime no circuito. Um dos acusados chegou a afirmar em depoimento que foram prometidos R$ 40 mil como pagamento pela execução, dos quais recebeu R$ 20 mil. Já Luiz Fillipe optou por ficar em silêncio ao ser ouvido na 125ª DP nesta quinta-feira. Até o momento, a polícia ainda não deu indicativos de ter pistas sobre quem teria efetivamente encomendado o homicídio de Pessano.
O investidor em criptomoedas e influenciador digital Wesley Pessano Santarém, de 19 anos, se apresentava nas redes sociais apenas como Wesley Pessano. Nascido no Rio Grande do Sul, ele se mudou para Cabo Frio cerca de um ano antes de ser morto. No dia do crime, ele foi até a cidade vizinha de São Pedro da Aldeia para cortar o cabelo no bairro São João. Wesley não chegou a descer do carro, um Porsche Boxster vermelho, antes de ser baleado por disparos efetuados quando um veículo emparelhou.
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No momento dos tiros, Wesley estava acompanhado por um funcionário. O homem acabou atingido por dois projéteis, no braço esquerdo e nas costas. Segundo a testemunha, não houve resistência à abordagem dos criminosos. Em depoimento, ele contou que Wesley se preparava para tirar a corrente de ouro que estava em seu pescoço, quando um dos executores puxou o acessório e começou a realizar os disparos.
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Imagens de câmeras de segurança, obtidas pela Polícia Civil, mostram o momento em que os assassinos chegaram perto da residência da vítima, ainda em Cabo Frio, para fazer uma espécie de vigilância. No entanto, de acordo com os investigadores, eles não esperavam que o rapaz sairia de casa em seguida. Pessano foi morto minutos depois, a pouco mais de 20 quilômetros do local onde morava.
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