Jueves, 25 de Abril de 2024

Os perrengues de quem vai ao estádio na pandemia

BrasilO Globo, Brasil 27 de octubre de 2021

Bons tempos em que a dor de cabeça da ida ao estádio começava com um cruzamento bizarro do lateral ...

Bons tempos em que a dor de cabeça da ida ao estádio começava com um cruzamento bizarro do lateral ou com um bote equivocado do volante. Em tempos de pandemia, o "estresse", necessário para conter o coronavírus, dá-se muito antes da bola rolar e transforma a experiência da arquibancada em teste de resistência. Na volta gradativa do público aos estádios, a torcida precisou se adaptar a novas rotinas e preocupações, que vão se repetir hoje, em noite de boa presença no Maracanã.
O primeiro desafio é se submeter ao cotonete do teste de antígeno " hoje apenas para aqueles cuja imunização se limita à primeira dose. Os totalmente vacinados estão desobrigados. É nela que o torcedor sente o primeiro impacto no bolso: apesar do convênio de clubes com laboratórios, precisa-se desembolsar cerca de R$ 80 para estar apto. E nem estão contemplados aqui gastos para ir ao local do teste. Tudo para obter o ingresso e, com ele, a pulseira " um passaporte para a emoção do estádio, exibida no pulso como troféu por dias.
Por falar em valores, eles não estão convidativos: haverá rubro-negros hoje que gastaram R$ 1 mil para ir ao Maracanã " mais comida e outras despesas, sem direito a cashback por passe e finalização errados.
Comprar o ingresso é uma coisa, tê-lo em mãos é outra bem diferente. E nem adianta ser sócio-torcedor. O cartãozinho não dribla o protocolo, que exige a retirada dos tíquetes com antecedência em alguns pontos selecionados " mais fila, mais tempo, mais energia...
" No laboratório, só tinha gente com a camisa do Vasco " recorda o cruz-maltino Vinícius Lima, que foi à partida contra o Goiás. " Peguei uma fila enorme na loja do clube na Tijuca e só consegui entrar em São Januário depois dos 30 minutos de jogo, perdi o primeiro gol, do Morato.
Dentro do estádio, os perrengues são outros, principalmente nos setores mais populares, onde estão as organizadas (encontrar alguém de máscara é brincar de "onde está Wally?")
Existem, sim, uns poucos que mantêm a proteção do apito inicial ao final. Assim como há aqueles que só fingem se preocupar com o vírus quando passam pela fiscalização. Mas a maioria oscila entre esses polos, incorporando ou dispensando a máscara de acordo com as circunstâncias.
" Fui de cadeira social ao Vasco x Coritiba. Teve um cara que sentou atrás de mim e passou o jogo inteiro de máscara, direitinho. Mas toda vez que ele queria xingar o juiz, ele a tirava para se fazer ouvir. E eu embaixo com aquela chuva de saliva em cima " conta o cruz-maltino Sandro Barreto. " Se não fosse na pandemia, não estaria nem aí, mas acabei mudando de lugar...
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela