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Delação sem medo
Oh! O Mauro Cid fará delação premiada! Porém, não se preocupe, Jair Bolsonaro, pois tudo o que vier a ser delatado, averiguado e comprovado por esta delação será, em futuro próximo, anulado pelo STF.
Marcelo Gomes Jorge Feres
Rio
A organização
Com a autoridade do conhecimento de causa de quem passou meses se aprofundando no tema, a jornalista Malu Gaspar lançou em 2020 o livro "A organização: a Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo", em que desvenda os bastidores de um sistema de corrupção marcado pelas espúrias relações entre os governos PT e empreiteiras de obras públicas. É nessa condição que ela aponta no seu artigo ("O perdão de Toffoli", 7 de setembro) as contradições, omissões ou "esquecimentos" contidos no texto da decisão do ministro em relação às confissões feitas espontaneamente, com ampla assistência jurídica, pelos acusados, Marcelo Odebrecht à frente. Ao usar expressões juvenis, típicas de militantes estudantis de extrema esquerda, no arrazoado que invalidou todas as provas decorrentes do acordo de leniência formalizado pela Odebrecht, Toffoli certamente acredita que isso contribuirá para aparar as estremecidas arestas dele com o presidente, que o indicou para o STF. Mas o próprio Lula deve ter pensado, menos Toffoli, menos.
José Lerer
Rio
Essa decisão esdrúxula de anulação das provas no escândalo da Lava-Jato é a pior cena dos últimos cem anos vivenciada pela população brasileira. Quem vai anular as outras decisões do STF, quando utilizou provas ilícitas obtidas por um hacker em clonagem de telefones para tornar parcial as decisões de Sérgio Moro? Tofolli acaba de retribuir com excesso de vantagens sua nomeação para o STF. Tenho muitas dúvidas se essa decisão monocrática agrada e pode ser compartilhada com os ministros Fux, Alexandre de Moraes, Barroso, Cármen Lúcia, Fachin e Rosa Weber.
Antonio Jorge A. de Moura
rio
As vésperas do Dia da Independência, o país é surpreendido negativamente com a decisão monocrática do ministro Toffoli de anular as provas e delações premiadas da Odebrecht. Como é possível isso ser feito por apenas um ministro e não por todo o colegiado, com os votos transparentes como deveria ser? Foram devolvidos bilhões de reais aos cofres da Petrobras, o que por si só já comprova o roubo realizado por vários autores. Some-se a essa esdrúxula decisão a do STJ de, após dez anos do incêndio na Boate Kiss, também anular o julgamento dos condenados. Assim fica difícil a Justiça do Brasil voltar ter credibilidade e rapidez nas decisões. Lamentável!
Roberto Mauro S. Monnerat
Rio
E as multas?
O governo terá que pagar à Odebrecht as multas impostas? Se as provas estão nulas, o dinheiro que foi devolvido pela empresa no acordo de leniência ao governo tem que voltar
para a empresa, certo?
O ministro Haddad vai ter
que rebolar.
Roberto Solano
Rio
Bola fora
Quem tem padrinho não morre pagão. Assim aconteceu com André Fufuca (PP-MA), cujo padrinho, Arthur Lira (PP-PA), presidente da Câmara dos Deputados, conseguiu o aval do presidente Lula e emplacou o afilhado na pasta de Esportes. Já a nossa campeã olímpica de vôlei em Atlanta Ana Moser, sem partido e sem padrinho, recebeu o cartão (vermelho) de Lula e deixou o Ministério de Esportes. Lula havia dito que nunca tivemos "na História deste país um presidente comprometido com o esporte como eu vou ser daqui pra frente". Fez, então, um gol de placa e nomeou, para a pasta de Esportes, uma atleta exemplar e competente para exercer com brilhantismo o cargo. Agora, sob o argumento de conseguir votos para reformas pretendidas, demite quem era do ramo e coloca um Fufuca em seu lugar. O senhor, presidente Lula, em quem tanto confiamos, acabou de chutar um pênalti para fora... Lamentável!
Elzi de Barros
Rio
É uma verdadeira vergonha substituir uma ministra totalmente identificada com os objetivos, atleta consagrada e ativista de vários movimentos em prol do esporte, por um político inexpressivo, sem qualquer experiência no ramo, só para agradar ao seu padrinho político, o deputado Artur Lira. Lula chama isso de política. Para qualquer
cidadão isso chama-se retrocesso.
Mauro Escovedo
Rio
Descartáveis
Se não for "cumpanhero" é descartável. Assim age Lula. Sem o menor pudor e consideração. Mas, a bem da verdade, até que merecem. Recriou ministérios de produtividade duvidosa e jogou nas cadeiras gente que nunca ouviu falar daquilo que iria assumir. Bem feito! Na verdade, compraram um bilhete de loteria. O prêmio maior é o tempo de permanência e os cargos paralelos que vão assumir em conselhos de empresas. E o Brasil navega igual o Titanic.
Paulo Henrique de Oliveira
Rio
7 de setembro
Depois de um governo fascista, que inclusive tentou dar um golpe de Estado, em 8 de janeiro deste ano, sob comando de Jair Bolsonaro, neste 7 de setembro, Dia da Independência, comemorado em Brasília e em todo o país, felizmente vivemos a volta à normalidade institucional, tal qual vem ocorrendo desde pós-ditadura. O que se espera é que o atual governo Lula seja cúmplice da importância de unir o país e busque entendimento político para recolocar a nação, depois de décadas, na rota do desenvolvimento econômico e social.
Paulo Panossian
São Carlos, SP
De volta à civilização
Que bom ler Míriam Leitão
("O que falta ao Brasil para se cumprir" ) num 7 de setembro sem Bolsonaro. Falando de livros na figura do escritor, poeta, editor e artista plástico português Valter Hugo Mãe (ótima entrevista). Voltamos ao mundo civilizado! Chega de toscos que atravancam o progresso nacional. Caminhemos rumo às conquistas e aos avanços
contra a enorme desigualdade histórica. O débito
é imenso. Essa luta é
para os capazes.
Márcio dos Santos Barbosa
Rio
Jogos de azar
Leio na coluna de Ancelmo Gois que o brasileiro destina de 5 a 9% de sua renda para apostas, seja em loterias (a maioria bancada pelo governo), seja em jogo do bicho ou outro tipo de apostas. Lembro que em 1946, por intermédio de um decreto, o presidente Dutra proibiu a prática de jogos de azar em todo território nacional. Repousa, desde 2008, em alguma gaveta de Brasília, um projeto de lei que tenta legalizar cassinos, hotéis cassino, para autorizar os jogos de azar (incluindo jogo do bicho) em todo território nacional. Ora, se tenta-se legalizar, significa que é praticado de forma ilegal. A quem interessa, então, esta proibição? Só queria
entender...
Ernani Alves Braz Filho
Rio
Árvore assassinada
Basta caminhar pelo calçadão da Atlântica junto aos prédios para se perguntar: onde estão as árvores frondosas que foram plantadas ali com a ampliação da avenida? Restam muitos buracos e calor. Um caso especial foi observado este ano entre as ruas Francisco Sá e Júlio de Castilhos: a mais copada árvore, enorme e com lindas flores amarelas, começou a secar. Foi triste acompanhar a sua morte. Seu tronco estava todo furado. Disseram que aplicaram veneno porque ela impedia a vista da praia. Agora tem-se que aguentar muito sol e um
buraco no coração naquele vazio.
Eliane Damiani
Rio
Tirolesa da discórdia
O Pão de Açúcar é uma luta de todos. Precisamos preservar esse santuário natural tombado pelo Iphan e patrimônio da humanidade pela Unesco. A lei é clara: "As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional". Sabiam que as obras das tirolesas já cortaram o equivalente a 56 caçambas de rocha? Por isto a sociedade civil está mobilizada e com cerca de 28 mil pessoas contra a mutilação do Pão de Açúcar! As obras foram iniciadas sem informar o corte em rocha e sem a aprovação do projeto executivo, indo contra a portaria do Iphan. Isso é um crime inestimável.
Ana Cristina Braga Maia
Rio
Tenho acompanhado o debate sobre a tirolesa do Pão de Açúcar e sigo me surpreendendo com o posicionamento contumaz dos opositores. Eles questionam os especialistas técnicos dos órgãos licenciadores, como Iphan e Geo-Rio. Questionam as análises dos especialistas das secretarias municipais. Questionam opiniões jurídicas contrárias às suas crenças. E agora questionam o Datafolha, um instituto de pesquisa renomado. Enfim.... Fica difícil aceitar o posicionamento deles quando tudo que possui embasamento técnico, científico, regulador ou estatístico não presta apenas porque os resultados vão contra o que eles defendem. Parece que estamos de volta aos debates sobre a chegada do homem à Lua e ao terraplanismo. Ou será que devemos extinguir todas as entidades licenciadoras e técnicas, além dos institutos de pesquisa?
Marcos Rodrigues
Rio