Sábado, 14 de Junio de 2025

Aiwa volta com linha de som ao país pelas mãos do grupo da mondial

BrasilO Globo, Brasil 7 de octubre de 2023

Na década de 1990, a marca japonesa Aiwa ficou conhecida entre os brasileiros por produtos ...

Na década de 1990, a marca japonesa Aiwa ficou conhecida entre os brasileiros por produtos como walkman, discman e microsystem. Os portáteis de som Aiwa eram objeto de desejo de jovens e adultos e chegaram a representar cerca de 20% do mercado brasileiro no segmento de som. Mas, em 2008, os produtos da Aiwa, que pertencia à também japonesa Sony, deixaram de ser produzidos no Brasil. Quinze anos depois, os itens de som da Aiwa estão voltando ao mercado nacional pelas mãos do Grupo MK, dono da marca de eletroportáteis Mondial, com investimento de mais de R$ 200 milhões.
" Temos certeza de que a "nova Aiwa" vai crescer com rapidez pelo potencial do mercado brasileiro e pela qualidade da marca. Vamos fazer frente às grandes multinacionais que estão aqui " diz Giovanni Cardoso, cofundador do Grupo MK, lembrando que a Aiwa vai se posicionar no segmento premium, concorrendo com marcas como JBL e LG, com preços que chegam a R$ 3 mil.
A aposta é alta. Dos R$ 5,2 bilhões que o Grupo MK pretende faturar este ano, a expectativa é que pelo menos 8% venham de produtos Aiwa " cerca de R$ 416 milhões. Desde o ano passado, o grupo já colocou no mercado televisores premium da marca, com 65 e 75 polegadas e preços entre R$ 1,7 mil e R$ 3,9 mil.
Agora com mais 17 itens da linha de áudio, entre eles modelos de boombox, headphones e rádios de carro, Cardoso espera um salto. Para 2024, dos R$ 6,7 bilhões de faturamento esperados, estima-se que a marca contribua com R$ 1,4 bilhão.
Em 2020, o Grupo MK comprou a fábrica da Sony na Zona Franca de Manaus, por um valor não revelado, além de ter obtido a licença para produzir itens Aiwa na unidade. Só com componentes e peças foram gastos R$ 160 milhões. O investimento agora prevê uma campanha de marketing que tem como estrela a apresentadora Sabrina Sato. Os produtos já estão chegando às prateleiras.
potencial do mercado
O otimismo do Grupo MK se baseia no recall de qualidade que a Aiwa tem entre os brasileiros, diz Cardoso, além dos números do mercado nacional. O empresário lembra que o Brasil tem 78 milhões de residências com acesso à energia elétrica e, todo ano, são ligadas à rede outras 1,7 milhão:
" Temos no Brasil, 1,1 bilhão de tomadas esperando eletrodomésticos. E o índice de saturação de produtos é baixo. Pelo menos 55 milhões de lares não têm airfryer e 27 milhões não têm liquidificador. Cerca de 150 milhões de brasileiros estão na faixa de consumo. Somos um grupo nacional e sabemos o potencial do nosso mercado.
Quando comprou a fábrica em Manaus, a unidade tinha 220 funcionários. Atualmente, são 750, alguns treinados no Japão. A fábrica já era considerada uma das mais modernas do mundo, mas agora tem mais de 40 robôs. Desde o relançamento das tevês Aiwa, já foram produzidos 300 mil aparelhos, que devem saltar para mais de 400 mil em 2024. Os itens de som vão somar 200 mil unidades este ano e devem chegar a 600 mil em 2024.
Além de Mondial e Aiwa, o Grupo MK é dono da XZone, de produtos para videogames. Pelo menos 80% dos itens da Aiwa serão fabricados em Manaus.
O professor de Marketing da ESPM Marcelo Boschi observa que a "nova Aiwa" vai encontrar um mercado nacional muito mais competitivo, com gigantes globais do setor disputando cada palmo das diferentes categorias de eletroeletrônicos, além de um consumidor mais exigente, que quer muita tecnologia embutida nos produtos. Na prática, diz Boschi, a Aiwa terá que reconstruir sua marca no país, de olho em um público mais jovem " sendo que uma parte desconhece a marca:
" É positivo o fato de a marca ter escolhido Sabrina Sato para a campanha, já que ela fala exatamente ao consumidor mais jovem, que não se lembra da Aiwa. Além disso, a qualidade dos produtos de origem japonesa poderá ser associada à imagem da apresentadora.
Boschi acredita que, para ganhar penetração no segmento de áudio, a Aiwa terá que oferecer preços mais baixos que a concorrência, pelo menos no início, comprometendo um pouco a margem de lucro.
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